Os cursos do ensino superior público vão abrir 47.048 vagas para o ano lectivo 2006-2007, sensivelmente o mesmo valor do que no ano passado (47.001). A novidade deste ano é a redução em 8% do número de cursos com financiamento público: este ano são 975, quando em 2005-2006 eram 1062 (mais 87 cursos). A primeira fase de candidaturas ao ensino superior começa segunda-feira e os resultados serão conhecidos a 18 de Setembro.

As universidades e politécnicos seguiram as orientações do Ministério da Ciência e do Ensino Superior (MCTES), que indicavam que o número de vagas não podia crescer em relação a 2005-2006, com excepção dos cursos de Saúde.

Todas as universidades com cursos de Medicina aumentaram a oferta, com excepção da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que manteve as 240 vagas que disponibilizou no ano anterior. O número de vagas em Medicina subiu 8% e 5% no total das áreas ligadas à Saúde.

O MCTES recorda, em comunicado, que não financiou cursos com menos de 20 vagas ou que tiveram menos de 20 novos alunos em 2005-2006 ou 40 no conjunto dos últimos três anos lectivos. Entre as excepções estiveram os cursos de artes e aqueles para os quais não existia uma “alternativa na rede pública”.

“Pela primeira vez o número de cursos não aumenta”, disse ao jornal “Público” o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Mariano Gago acrescentou que “é a primeira vez que há um princípio de racionalização da oferta”. Via que será seguida no próximo ano já que existem demasiados cursos que não se articulam entre si e que oferecem uma formação de banda demasiado estreita, escreve o jornal.

O MCTES anuncia ainda que 470 (48%) cursos dos 975 financiados publicamente já se encontram organizados de acordo com o Processo de Bolonha, “sendo previsível que a maioria dos restantes cursos já se encontre nessa situação no ano lectivo de 2007-2008”.

Pedro Rios
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