O Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha reúnem-se nesta segunda-feira para discutir novas sanções a aplicar ao Irão. Em cima da mesa está o programa nuclear do país.

O encontro surge depois do responsável da ONU sobre o assunto ter confirmado que o Irão ignorou todos os prazos para suspender as actividades nucleares. Segundo a BBC, a reunião é um passo inicial de um processo mais alargado que pretende trazer Teerão de volta às negociações.

Pessoas envolvidas no programa nuclear poderão ser proibidas de sair do país se as medidas forem acordadas pelos diplomatas dos cinco países permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Rússia, China, França, Inglaterra) e da Alemanha, reunidos em Londres.

Os Estados Unidos insistem para que a Europa colabore também no embargo económico e que Rússia deixe de vender armas ao país.

A ONU já havia imposto sanções ao Irão em Dezembro, estipulando um prazo de 60 dias para o fim do enriquecimento de urânio, que pode ser usado não só como fonte energética, mas também, como receia o Ocidente, no fabrico de armas nucleares.

Um relatório da Agência Internacional de Energia Atómica, divulgado na semana passada, veio confirmar que o país insiste em continuar o enriquecimento de urânio e que o programa nuclear iraniano está em expansão.

“Um comboio de via única”

O Presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad (na foto), continua a defender que o programa nuclear é pacífico e que visa ser aplicado na produção de energia. Ahmadinejad afirmou no domingo que “o desenvolvimento do programa nuclear é um comboio de via única, sem espaço para paragens ou marcha atrás e travagens”.

Contudo, a posição do Presidente iraniano já foi criticada por jornais reformistas, que alegam que o programa nuclear está “fora de controlo”. Na semana passada, a Organização Revolucionária Mujahadin, um grupo reformista, foi o primeiro partido político a criticar o programa, referindo que este põe em causa os interesses e a segurança da nação.

Alice Barcellos
c/ agências
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