Há quem as veja como sobredotadas. Mas grande parte da sociedade tende ainda a apelidá-las de problemáticas, hiperactivas ou, simplesmente, inadaptadas. É isso que se pretende esclarecer no “Primeiro Livro Académico em Portugal” sobre Crianças Índigo, a ser lançado amanhã, 14 de Fevereiro, data em que se assinala o Dia Mundial do Índigo.

Coordenada pela investigadora Maria Antónia Jardim, a obra conta com a participação de vários professores das universidades Fernando Pessoa, do Porto, do Minho e de Santiago de Compostela. Entre os autores está Tereza Guerra, uma das responsáveis da Casa Índigo e pioneira na investigação da temática em Portugal.

Vários tipos

Diversos autores consideram quatro tipos distintos de crianças índigo: – as humanistas, que são líderes; – as conceptuais, mais cognitivas ou intelectuais; – as artistas, portadoras de grande sensibilidade e intuição; – e as interdimensionais, globalmente sobredotadas mas com potencialidades espirituais invulgares.

Para a investigadora, o objectivo do livro passa por “divulgar quem são os Índigo”. Sobretudo, “é necessário evitar que se mediquem crianças que precisam apenas de actividades naturais e pedagogias adequadas para se integrarem na sociedade sem qualquer problema”, revela ao JPN.

“Não são aves raras”

Estudado por especialistas de todo o mundo, o “fenómeno” Índigo surgiu particularmente a partir dos anos 80, e traduzir-se-á num número crescente de crianças com uma estrutura cerebral mais desenvolvida” (utilização dos dois hemisférios). Facto que lhes permitirá “explorar capacidades, não só do plano racional e intelectual como também de nível intuitivo, criativo, espiritual e extra-sensorial”.

Apesar das diferenças, os índigo não devem ser vistos como “aves raras” nem como “pessoas desintegradas ou com problemas”, esclarece Tereza Guerra. Pelo contrário, diz a investigadora, “todas elas são produto da evolução da espécie humana” e de “um processo natural de adaptação do Homem, que desenvolve caractrísticas que lhe permitam viver numa sociedade, daqui a 20 anos, muito mais evoluída”.

Tereza Guerra reforça, por isso, o alerta para a utilização abusiva de medicamentos em crianças que na verdade são saudáveis. Para isso, salienta, há já vários médicos e outros profissionais de saúde que as reencaminham para Grupos de Ajuda Índigo.

Segundo a investigadora, a consciência sobre o que são os Índigo tende, ainda assim, a crescer, havendo cada vez mais pessoas a recorrer aos serviços da Casa Índigo. De acordo com Tereza Guerra, o trabalho da instituição passa pela “formação e orientação de pessoas Índigo com o objectivo de as tornar autónomas e felizes”.

Todos os que se enquadrarem nas características Índigo podem dirigir-se ao grupo de especialistas e terapeutas que integram a Casa Índigo. Tereza Guerra acrescenta que “recorrer a estes serviços é uma escolha pessoal, não obrigatória”, mas que pode ser importante para pessoas que precisam de encontrar um “rumo para a vida.”