“O maior evento de recriação medieval da Península Hispânica” está de volta a Santa Maria da Feira a partir de 31 de julho. Desta vez, El-rei é D. Sancho II, bisneto de D. Afonso Henriques, o conquistador. Com apenas 13 anos, o jovem monarca “assume a pesada tarefa de governar um reino interdito e em perfeita desordem social”.

“Vão as Leis onde querem os Reis”, a 1 e 2 de agosto, às 21h30, recria não só a “tomada de posse” de D. Sancho II – que não poderia deixar de ser no castelo – mas também “uma nova fase de expansão territorial”, com a campanha no Alentejo, “que vai durar quase todo o seu governo”.

Encarnar a personagem

Este ano, foram criados os “Bilhetes Experiência“, o “que permite aos visitantes viver o evento de uma forma ainda mais intensa e sensorial”. “Alugar trajes no guarda-roupa oficial, almoçar nos restaurantes do evento mediante reserva e com personagens medievais, jantar no Povoado com o Mestre Jeromelo, assistir ao Torneio Medieval trajado e na tribuna, visitar o recinto do evento acompanhado por um guia ou desfrutar de todas as áreas temáticas num conceito fast pass são algumas das experiências” oferecidas.

Por fim, a 3 de agosto, chegam as “Ordens Militares” ao Tribunal do castelo. Por volta das 16h, “Portugal volta à senda da cruzada com a conquista de Elvas, e as hostes das ordens militares têm um papel ativo na conquista do território de Além Tejo e do Al-Gharb”.

Mas “Em tempo de guerra reina a mentira” e a 4 e 5 de agosto “surgem mais querelas com os prelados: o bispo do Porto faz queixa ao papa por el-rei não respeitar a sua jurisdição temporal. Também o bispo de Lisboa revolta-se contra o rei acusando-o de ofender as liberdades eclesiásticas”. Como se não bastasse, “as rivalidades entre algumas famílias da nobreza continuam” (uma delas há-de terminar com a conhecida “lide de Gaia”, recriada a 6 de agosto, na Igreja da Misericórdia, às 21h45) e “Portugal vive um clima de vinganças privadas e abusos de poder”.

Também entre os senhores de Castela “há grande agitação” e estes “procuram o apoio do rei português”, que culminam no “casamento de D. Sancho com Mécia de Haro, filha do grande senhor da Biscaia, que não é bem recebida pela maior parte da sociedade portuguesa”. Assim, a 7 de agosto, “o infante Afonso de Castela, futuro Afonso X”, vem “Em auxílio do rei deposto”. Acontece nas margens do Rio Cáster, às 21h45.

“Sendo evidente a incapacidade política de D. Sancho”, e “sob a pressão de alguns barões portugueses, o papa emite a bula de deposição de D. Sancho II, declarando-o incapaz de governar”. Assim, “Afonso de Bolonha, seu irmão, é nomeado governador e defensor do reino”. E “Onde chega força maior, extingue-se a menor”. Por isso, a 8 e 9 de agosto, por volta das 21h45, o rei há-de decidir “retirar-se para Toledo, acompanhando Afonso de Castela, quando as suas hostes se retiram de Portugal”.

Entretanto, com a morte de D. Sancho II e a acalmia da agitação social, a rainha Mafalda torna-se “A donatária da terra de Santa Maria”. No tribunal, às 16h. Mas tudo o que há para ver não se fica por aqui. Por todo o recinto, geralmente a partir das 15h e até 10 de agosto, há atividades, espetáculos e áreas temáticas a não perder, como o Convento, a Estrebaria ou o Lago dos Feitiços [ver programa completo aqui].

“Conhecer a Viagem Medieval é viver uma experiência cultural diferente”, garante a organização, em comunicado. Mas este evento, que já conta 18 edições, dispensa apresentações. Este ano, o horário é das 19h à 01h no primeiro dia, 31 de julho – em que a entrada é gratuita – e das 12h à 01h nos restantes dias – em que o bilhete diário tem o valor de dois euros à semana e três euros ao fim de semana.

Já para quem quiser viajar até à era medieval sempre que entender, existe uma pulseira válida para todo o evento, com o custo de quatro euros em venda antecipada ou cinco euros durante o evento. Crianças até 1,30m de altura estão isentas de pagamento.