Amanhã, na eleição do novo reitor da Universidade do Porto, o colégio eleitoral não vai ter os 17 votos que cabem aos membros eleitorais da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (FPCEUP).

O boicote é dirigido ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e tem o “propósito simbólico” de chamar a atenção do futuro reitor para “a dinâmica criada na faculdade” em torno da implementação das normas de Bolonha e “que agora é posta em causa”.

“Queremos chamar a atenção para o facto de que o senhor ministro é responsável pelo bom funcionamento das instituições universitárias. E neste momento a nossa faculdade não está em bom funcionamento”, diz o director do Conselho Pedagógico da FPCEUP, José Alberto Correia. Isto, por causa do episódio que excluiu a FPCEUP do Processo de Bolonha no próximo ano lectivo, quando um atraso no envio da documentação necessária fez com que o processo não fosse aceite pelo MCTES.

“O próprio ministério não publicou atempadamente as normas técnicas para a elaboração dos processos, o que subentende que havia alguma flexibilidade nos prazos”, afirma José Alberto Correia. Segundo o director do Conselho Pedagógico, a FPCEUP “entende que é possível resolver este problema sem ferir a legalidade” e garantindo a inclusão da instituição no processo de Bolonha.

A não participação de Psicologia na eleição para o reitor da universidade é apenas “simbólica” mas pode influenciar os resultados. “Vamos imaginar que um dos candidatos ganha por 17 votos. Há 17 votos que deliberadamente não se exprimiram e que não se sabe para onde é que iam”, afirma.

Inês Castanheira
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