Um agente da Polícia grega afirmou à agência noticiosa Reuters que, apesar de ninguém ter ainda reclamado o ataque, tudo aponta para grupos anarquistas e de extrema-esquerda. O correspondente da BBC na Grécia confirmou que estas organizações consideram os Jogos Olímpicos como um evento capitalista e condenaram a chegada de forças policiais ocidentais a Atenas.

As explosões foram registadas em Kalithea, uma zona próxima de hotéis que vão ser utilizados pelos visitantes dos Jogos Olímpicos, entre 13 e 29 de Agosto. A detonação das duas primeiras bombas decorreu 10 minutos depois de uma chamada anónima para uma redação.

Meia hora depois, enquanto os peritos procuravam mais engenhos explosivos, deu-se a terceira explosão, num automóvel situado a 10 metros da esquadra, que feriu um agente. Foi ainda encontrada uma quarta bomba, destruída pela brigada de minas em terreno seguro.

O polícia comentou que “três bombas-relógio sofisticadas às portas de uma esquadra já é suficientemente sério”.

Ministro grego em Washington

Na sombra do 11 de Setembro de 2001, surge a possibilidade de Atenas se transformar num alvo para os terroristas. O primeiro-ministro grego, Costas Karamanlis, revelou já que vai tomar responsabilidade pessoal na preparação das Olimpíadas.

As explosões registaram-se no dia em que o ministro grego da Ordem Pública, George Voulgarakis, foi a Washington para discutir as medidas de segurança durante os Jogos Olímpicos.

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Alexander Downer, ministro dos Negócios Estrangeiros da Austrália, já se manifestou: “agora, não parece que estes incidentes sejam muito sérios, mas com os Jogos Olímpicos à porta, queremos ter a certeza”. O governante acrescentou que os serviços secretos australianos estão a confirmar o nível da ameaça.

Segurança com ajuda da NATO

Theodoros Roussopoulos, porta-voz do governo grego, revelou já em comunicado que “nenhum dos factos até agora obtidos indica que o incidente de hoje esteja ligado à preparação para as Olimpíadas”.

Adianta ainda o comunicado que “as autoridades gregas, em cooperação com as autoridades da União Europeia, Estados Unidos e NATO, desenharam um sistema de segurança que garante que os Jogos Olímpicos vão decorrer sem problemas de maior”.

O plano de segurança custa à Grécia 650 milhões de euros e envolve cerca de 50.000 pessoas e conta com a ajuda da NATO na patrulha marítima e aérea.

Manuel Jorge Bento