Desde 1998 que os responsáveis pela Academia Contemporânea do Espectáculo (ACE) desejavam novas infra-estruturas. Alojada temporariamente no Colégio Garrett, a ACE ficou hoje mais próxima de cumprir esse objectivo.

Para um dos directores da ACE, António Capelo, o Auto de Consignação dos Trabalhos entre a ACE e o Consórcio DVB/Matriz constitui um “passo de gigante”. O protocolo hoje assinado refere-se à primeira fase do projecto, a recuperação do Palácio, que tem conclusão prevista para Outubro deste ano. Os 750 mil euros necessários vão ser disponibilizados pelo Ministério da Educação (50%), pela Câmara do Porto (40%) e pela ACE (10%).

António Capelo diz ainda que, no ano em que se celebram 15 anos da formação da Academia, este avanço no projecto “é uma óptima comemoração”.

Os responsáveis pela ACE salientam que este projecto visa “devolver um equipamento significativo à cidade”. Recorde-se que o edifício do Palácio do Bolhão é património protegido pelo IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico).

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, diz ainda que “se o edifício não estivesse na Baixa também haveria esforço de recuperação.” No entanto, adianta que por estar numa “zona nobre do desenvolvimento urbanístico”, este projecto terá sido uma prioridade.

Outros equipamentos culturais da cidade

Na conferência de imprensa, Rui Rio criticou a votação desfavorável da Assembleia Municipal de ontem à participação da Câmara na Casa da Música.
O autarca refere que “a Casa da Música custou muito aos portugueses a pagar e custou muito aos portuenses a ver andar.”

Rui Rio adiantou ainda que “o Porto não se pode queixar da falta de equipamentos culturais”, mas sim da “falta de gestão articulada”. O presidente mostrou-se disponível para, numa segunda fase, “maximizar a oferta cultural da cidade”, o que tem de passar por uma gestão articulada de organismos como a Casa da Música, o Teatro do Campo Alegre e o Teatro Nacional S. João.

Sofia Pissarro