A pouco mais de um mês da inauguração da obra, marcada para o dia 14 de Abril, a Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho (ANDST) anuncia uma manifestação que pretende mostrar o desagrado pelo desrespeito pelas pessoas portadoras de deficiência ”e chamar a atenção para um exemplo que não se deve repetir em construções futuras”, nas palavras do presidente José Araújo. A manifestação é também apoiada pela Associação das Forças Armadas.

José Araújo explica que a delegação do Norte da Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD) pediu à Casa da Música uma planta, durante o processo de construção da obra, mas não recebeu qualquer resposta.

“É impossível que alguém que se desloque sobre cadeira de rodas no interior da Casa da Música o faça sem o auxílio de terceiros”, diz João Cottim, provedor municipal do cidadão com deficiência.

No entanto, no entender do provedor municipal do cidadão com deficiência, esta não é a melhor altura para fazer uma manifestação. “Temos que reagir preventivamente e não reactivamente. A manifestação já devia ter sido feita; o que se podia fazer agora era uma denúncia pública”, diz. João Cottim diz ainda que a construção da obra não respeita a lei de 1997 (anterior ao início das obras) que prevê preocupações arquitectónicas relativamente às acessibilidades de cidadãos com deficiência.

O JPN contactou a administração da Casa da Música para obter uma opinião relativamente a estas matérias, mas não obteve resposta em tempo útil.

Letícia Amorim