A Universidade do Porto (UP) está praticamente coberta pela rede “wi-fi” (“Wireless Fidelity”). Há ainda algumas áreas pontuais não abrangidas, como as instalações do curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Faculdade de Letras. Neste caso, já foi feito um estudo e aguarda-se o orçamento.

O acesso à Internet sem fios está disponível a partir das faculdades, da reitoria e da Escola de Gestão do Porto. Cinco residências já estão a usar a rede “wireless” dos Serviços de Acção Social da Universidade do Porto (SASUP) e outras quatro estão prestes a entrar em funcionamento. A residência de Ciências, a RUCA I, a RUCA II, a Residência Universitária Feminina e a residência de Paranhos são as que já permitem o acesso a todos os alunos e pessoal da UP, assim como a visitantes autorizados de outras instituições nacionais e internacionais. As residências Bandeirinha, Aníbal Cunha, S. João de Brito e Jayme Brito de Souza aguardam para breve a conclusão da instalação.

Quem pode aceder?

Para aceder à Internet de banda larga a partir de qualquer ponto do “campus” da UP basta um computador. Para garantir a segurança da rede, cada aluno precisa de se autenticar com um “username” e uma “password”, cedidos por cada faculdade aquando das matrículas.

A rede “wireless” está acessível a todos os alunos e pessoal da UP, assim como a visitantes autorizados de outras instituições nacionais e internacionais. “Qualquer aluno pode aceder à Internet desde que tenha cobertura. O utilizador não precisa de ‘software’ específico nenhum e o que [‘software’] precisa é gratuito.

O aluno chega a um sítio que tem cobertura e ao aceder a qualquer página da Internet é reencaminhado automaticamente para uma página de ajuda. Além disso, cada faculdade tem outra página a explicar o software e a mostrar os mapas de cobertura, como por exemplo o da Faculdade de Direito, explica ao JPN André Leitão do IRICUP. Ou seja, basta colocar o endereço da faculdade e acrescentar “/wireless” para esclarecer qualquer dúvida.

O que é o “WiMa”?

O software “Wireless Mapping” (“WiMa”) é um projecto de fim de curso que criou mapas de cobertura para redes sem fios na Universidade do Porto. O trabalho é da autoria dos alunos da Faculdade de Engenharia (FEUP), de especialistas em informática do Instituto de Recursos e Iniciativas Comuns (IRICUP) e de Mário Jorge Leitão, director do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC Porto).

Os mapas de cobertura foram desenvolvidos para estarem disponíveis nos sistemas de informação das faculdades, de modo a indicar quais as zonas que estão cobertas pela rede. André Leitão explica: “Nos sistemas tradicionais há um equipamento de leitura que mede o sinal e os mapas de cobertura são criados a partir de medições reais do próprio sinal. Este ‘software’ consegue descobrir o efeito que as paredes introduzem na perda de sinal e a partir daí estima a cobertura de cada edifício”.

Nesse sentido, as vantagens são várias. “Enquanto que numa medição real o número de pontos é limitado, com o ‘WiMa’ pode-se saber qual a cobertura a partir de todos os pontos do edifício. Além disso, não precisamos de andar no terreno a medir pontos porque podemos fazer tudo a partir de um PC e está provado que estas medições são mais realísticas que as próprias medições reais”, concluiu André Leitão.

O acesso dos alunos, docentes e funcionários à rede sem fios insere-se na iniciativa governamental “e-U” (universidade electrónica). A Universidade do Porto, através do IRICUP, participa na iniciativa “e-U”, lançada pela Unidade de Missão, Inovação e Conhecimento (UMIC) e apoiada pelo Programa Operacional da Sociedade de Informação (POSI).

A “e-U” pretende fomentar a criação de serviços universitários “online”, a produção e partilha de conteúdos académicos e a criação de comunidades do ensino superior. A primeira instituição a disponíbilizar rede sem fios foi a Universidade de Aveiro com 60 pontos de acesso à rede distribuídos pelo campus.

O “WiMa” recebeu uma menção honrosa do Prémio Fernandes Costa, uma distinção atribuída pelo Instituto de Informática do Ministério das Finanças e da Administração Pública. O prémio distingue anualmente trabalhos da área da ciência informática e das tecnologias da informação.

Carina Branco