“Será que há gente a trabalhar no preto e branco que justifique a realização de um festival exclusivamente a preto e branco?”. A dúvida inicial dos organizadores do festival audiovisual “Black&White” rapidamente se dissipou. Logo na primeira edição, as candidaturas ultrapassaram todas as expectativas. Uma tendência que se confirmou nesta segunda edição que começa amanhã, quarta-feira: este ano, chegaram às instalações da Universidade Católica (UC) do Porto cerca de 400 filmes, de 33 países espalhados pelo mundo inteiro.

“A primeira edição ultrapassou as nossas expectativas, e não esperávamos que a segunda ainda fosse mais concorrida. Quando abrimos as candidaturas estávamos um bocado preocupados, dado que é um festival temático que só aceita obras a preto e branco”, contou ao JPN Paulo Rosária, da organização. Mas se receios havia, desapareceriam logo após a primeira edição: “no ano passado choveram candidaturas de todo o mundo”. “Este ano já avançámos com a consciência de que estávamos a dar visibilidade a um grande número de artistas que de outra forma não conseguiriam expor obras em festivais”, diz Rosária.

O festival audiovisual “Black&White” apresenta a concurso obras diversas no âmbito do vídeo, da fotografia e do áudio que veiculem uma intenção estética, capaz de se manifestar exclusivamente através do preto e branco. “Este festival é adequado para quem assume uma estética a preto e branco”, confirma Paulo Rosária”. E adianta: “Sendo que o preto e branco, apesar das tecnologias digitais, continua a ser trabalhado por vários artistas consagrados, pretendemos celebrar esta estética única e particular, através de um festival que dê relevo a este tipo de produções estéticas”.

Para além das sessões competitivas e das mostras de filmes, alguns dos quais produzidos pelos alunos da instituição organizadora, até sábado vão decorrer outros eventos, como conferências, debates e exposições fotográficas. Vão estar também presentes no pólo da Foz da Universidade Católica conferencistas de várias escolas, nacionais e internacionais, para promover um confronto de perspectivas e culturas distintas.

O português Adriano Nazareth, professor universitário e realizador de cinema e televisão, a fotógrafa Olívia da Silva, o radialista americano Rolando Arrieta, o realizador de animação russo Ivan Maximov e o realizador croata e presidente do Festival “One take festival”, são alguns dos membros do júri que se deslocarão à cidade durantes estes quatro dias.

O festival é organizado pela Universidade Católica Portuguesa, e conta com o apoio das câmaras municipais do Porto e de Vila Nova de Gaia, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Casa da Animação, entre outros. Começa já amanhã, e termina no próximo sábado, dia 16.

Anabela Couto