Os estudantes da Universidade de Coimbra (UC) defenderam quarta-feira a demissão de Seabra Santos, em assembleia magna. A proposta de referendar a sua continuidade foi aprovada num plenário que reuniu cerca de meio milhar de estudantes no auditório da reitoria da UC.

Segundo o texto aprovado, estudantes, docentes e funcionários serão chamados a votar entre 25 e 26 de Maio a permanência não só de Seabra Santos, mas de todo o elenco dirigente, incluindo vice-reitores e pró-reitores.

A Associação Académica de Coimbra (AAC) afirma que estão em causa a Lei de Bases de Financiamento e as alterações previstas para a Lei da Autonomia Universitária, que apontam para a abolição da paridade de representação nos órgãos de decisão, em prejuízo dos estudantes. A contestação envolve ainda a Queima das Fitas, que será aproveitada “como mais um espaço para informar os estudantes”, informa a AAC.

A demissão do reitor começou a ser defendida há cerca de meio ano pelo então presidente da AAC, Miguel Duarte, na sequência da repressão, efectuada pelo Corpo de Intervenção da PSP, aos estudantes reunidos à entrada do edifício da UC onde se realizava a reunião do Senado para a discussão, sem a participação dos alunos, do montante máximo das propinas. Os estudantes afirmaram, na altura, que o reitor jamais voltaria a merecer a sua confiança, acusando-o de não cumprir o seu projecto eleitoral.

Por seu lado, a reitoria da UC recusa fazer qualquer tipo de comentário relativamente à decisão dos estudantes. No entanto, o serviço de informação do órgão lembra que o reitor só pode ser destituído do seu cargo por decisão da assembleia da UC, e recorda que na última reunião realizada “essa questão nem foi colocada, sendo que nessa assembleia estavam representantes dos estudantes”.

Daniel Brandão