No seu discurso aquando da inauguração das novas instalações, sentiu-se um pouco injustiçado pelos holofotes dos jornalistas se centrarem apenas no Presidente Jorge Sampaio…

Acho que vocês [jornalistas], apesar de tudo também têm o vosso desempenho. Isto é, vocês são medidos pela eficiência do vosso desempenho. Se vocês aparecerem num sítio em que não se vê o Presidente da República e só se vê o Manuel Sobrinho Simões, vocês são considerados uns maus profissionais. Por isso, é uma “pescadinha de rabo na boca”.

Acha que o próprio IPATIMUP poderia oferecer cursos de especialização para jornalistas na área da ciência?

Já se propôs. O IPATIMUP já propôs ao curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto fazer cursos.

Está satisfeito com a divulgação científica feita nos “media” em Portugal?

Está a melhorar. Isso é indiscutível. Há jornais, rádios e algumas televisões que têm vindo progressivamente a melhorar. Mas não acho que estejamos num ponto muito bom, pois também não estamos num ponto muito bom para outras coisas.

Quais são os ingredientes necessários para fazer bom jornalismo sobre ciência?

Fundamentalmente, é necessário que haja jornalistas que percebam de ciência e cientistas que saibam falar uma linguagem que seja acessível. Quando isso acontece, há uma boa comunicação.

Hugo Manuel Correia
Foto: Liliana Rocha Dias