Ainda não há relatório final, mas a Polícia Judiciária (PJ) acredita que a explosão de segunda-feira, na Rua de Santa Catarina, deve ter sido causada por uma fuga de gás. O gás deve ter ficado concentrado no rés-do-chão do edifício, onde os proprietários de uma mercearia têm duas botijas ligadas a um fogão.

“Quanto maior for a concentração de gás, maiores são os efeitos. É perfeitamente possível que uma fuga provoque prejuízos numa área tão elevada”, explicou fonte da PJ ao “Jornal de Notícias” (JN).

O dono da mercearia pode vir a ser acusado de crime de homícido por negligência, já que admitiu à PJ que poderá ter deixado o bico do fogão ligado, o que poderá ter motivado a fuga de gás. Confessou também que guardava sete ou oito botijas na cave, o que não é permitido por lei. A legislação obriga ao acondicionamento de botijas de gás no exterior dos edifícios ou em zonas arejadas, para evitar a concentração do gás em caso de fuga.

O JN adianta que os danos podem oscilar entre os 1,25 e os 1,50 milhões de euros, segundo o presidente da Câmara Nacional dos Peritos Reguladores, Rui Almeida. Responsáveis desse organismo estiveram ontem no local a analisar as causas do acidente, a pedido de seguradoras.

Oito pessoas foram realojadas numa pensão. 20 outros desalojados foram acolhidos por familiares.

Texto e foto: Pedro Rios