A Fundação Ilídio Pinho, a Fomentinvest, a Agência Portuguesa para o Investimento (API), o
Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI) e as universidades Católica, do Porto, do Minho e de Aveiro criaram a CiencInvest, uma empresa para potenciar a valorização económica da investigação científica. O objectivo é aproximar “dois mundos quase disjuntos” (as universidades e o tecido empresarial), explicou sexta-feira Ilídio Pinho, criador da fundação com o mesmo nome, onde foi feita a apresentação pública da CiencInvest.

A empresa tem um capital social de 2,5 milhões de euros (mas que pode duplicar em breve), partilhados em partes iguais pelos accionistas e com 20% reservados para novos parceiros. Entre os possíveis novos parceiros, estão as universidades de Coimbra, Beira Interior, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a COTEC e uma empresa internacional.

A CiencInvest vai “investir em capital semente, para além de proporcionar a empresas de base tecnológica credibilidade” junto de entidades como bancos.

“Não é uma consultora, não é uma capital de risco e não é um investidor tradicional. Quer ser um parceiro diferente no panorama da inovação em Portugal”, afirmou Ilídio Pinho, que acrescentou que a CiencInvest quer “responder a uma falha de mercado” e originar um “fluxo contínuo de tecnologia das universidades para o mercado”.

Alberto Castro, presidente executivo da CiencInvest, sublinhou o “’stock’ de competências” acumulado na empresa, que quer manter contactos regulares com a COTEC, Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC) e centros tecnológicos para evitar “sobreposições” no Sistema Nacional de Inovação.

O economista sublinhou a natureza lucrativa do projecto, que pretende criar um “ciclo virtuoso”, que recompense os accionistas e os investigadores.

A CiencInvest quer identificar oportunidades de mercado, negociar direitos de propriedade intelectual e de contratos de licenciamento de tecnologias, desenvolver projectos de demonstração de tecnologias inovadoras e apoiar o empreendorismo.

“Não é por acaso que a CiencInvest surge no Porto. O Porto e a zona de Aveiro a Braga são as zonas em que o espírito empreendor está mais desenvolvido”, afirmou o ministro da Economia, Manuel Pinho.

Texto e foto: Pedro Rios