É sempre uma das maiores manifestações da cultura e espírito juvenis em Portugal e fundou o conceito de “festival rock”, hoje massificado. O festival Vilar de Mouros, que começa quinta-feira, conta este ano com quatro dias e um cartaz bastante diversificado, com os cabeças de cartaz Peter Murphy, Joe Cocker e Robert Plant.

A Portoeventos, que organiza o evento em parceria com a Tournée, espera entre 20 a 25 mil espectadores, apesar da crise económica. “A crise obrigou as pessoas a escolher por antecipação e a ir apenas a um festival”, sustenta Jorge Silva, da Portoeventos. Segundo o responsável, as vendas decorrem a “bom ritmo” e o dia de sábado é o que tem tido maior procura por juntar no mesmo palco Joe Cocker e Joss Stone.

A chuva também não assusta a Portoeventos, apesar do Instituto Nacional de Metereologia prever chuva para os próximos dias. Jorge Silva baseia o seu optimismo noutras previsões que, segundo o responsável, anunciam bom tempo para o fim-de-semana.

Entre as novidades, está um restaurante com pessoal da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, “garantia” de “maior higiene e qualidade da alimentação”, e uma piscina onde vão ser dadas aulas de mergulho. A organização sublinha que o mais importante é a “calma e o contacto com a natureza”.

Cartaz heterogéneo

Quinta-feira é dia de sonoridades mais alternativas, com apreço especial pelos encantos da sombra. Nightwish e Within Temptation asseguram “goth metal”, enquanto que os Anathema devem abordar o lado mais etéreo e ambiental do género. O punk rock dos Johnny Panic, desconhecidos em Portugal, surge algo descontextualizado no cartaz.

Os lendários Echo & The Bunnymen regressam à aldeia minhota 23 anos depois. As sonoridades pós-punk prosseguem com a actuação de Peter Murphy (na foto), ex-vocalista dos influentes Bauhaus. O britânico, a viver em Istambul, tem disco novo (“Unshattered”) que pisa terrenos mais acessíveis, depois do marcante “Dust”. No mesmo dia tocam ainda os Blues Explosion, do incendiário Jon Spencer, e Jesus Jones.

Sábado há dois vozeirões influenciados pela soul – Joe Cocker, com 61 anos, e Joss Stone, com 18 – e dois grupos voltados para a música de dança – Alabama 3 e Faithless.

Robert Plant é o nome grande do último dia. O ex-Led Zeppelin regressa com “Mighty Rearranger”, com os Strange Sensation. A crítica tem elogiado o esforço bem sucedido de reinvenção estética do veterano. Os Porcupine Tree trazem o seu rock progressivo pela primeira vez a Portugal e Jorge Palma, único português no cartaz, toca com os Demitidos. Há ainda as actuações dos históricos do indie rock inglês The Wedding Present e de Andy Barlow (a solo, depois do fim dos Lamb).

Cartaz:

28 de Julho
Nightwish
Within Temptation
Anathema
Johnny Panic

29 de Julho
Peter Murphy
Blues Explosion
Jesus Jones
Echo & The Bunnymen

30 de Julho
Faithless
Joss Stone
Joe Cocker
Alabama 3

31 de Julho
Jorge Palma
Robert Plant & The Strange Sensation
Porcupine Tree
The Wedding Present
Andy Barlow

HoráriosDe 28 a 31 de Julho
Às 18h00 (portas do palco principal), 15h00 (portas do palco secundário)

Preço35 euros (dia). Passe 4 dias: 70 euros (campismo gratuito).

Ana Correia Costa
Pedro Rios
Foto: Peter Murphy/DR