Um estudo realizado por um professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em conjunto com Mariana Santos, do Ministério das Finanças, conclui que 35% dos alunos não concluem o ensino superior.

Segundo os dados obtidos neste trabalho, a taxa de sucesso na conclusão de licenciaturas nas universidades públicas em Portugal situa-se nos 65%.

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Lisboa obtém a percentagem de sucesso mais baixa (37,1%). O primeiro lugar do pódio pertence à Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto com 95,92%. Aliás a taxa de sucesso das faculdades da UP é das mais elevadas, atingindo em média os 72%.

Este estudo revela também as instituições com maiores gastos por aluno. A Faculdade de Medicina Dentária da Universidade Técnica de Lisboa surge em primeiro nas despesas com gastos na ordem dos 12.015 euros por aluno.

Os custos mais baixos situam-se na faculdades de Direito, sendo a da Universidade de Lisboa a que surge em último lugar (2.021 euros por aluno).

O “working paper” de António Afonso mede a taxa de sucesso dos alunos em 2003 e a forma como as universidades gastam os dinheiros públicos.

O professor do ISEG, em conjunto com Mariana Santos, do Ministério das Finanças, pretendeu analisar a eficiência relativa das universidades públicas portuguesas com base em variáveis como o gasto médio por aluno ou a percentagem de alunos que terminam a licenciatura sem qualquer reprovação de ano.

No entanto, como todos os trabalhos que efectuam comparações de eficácia, este estudo deve ser analisado sem precipitações, pois analisa instituições com formas de organização e características totalmente diferentes. Conclusões apressadas deste trabalho podem levar a comparar realidades incomparáveis.

Para além disso, o estudo é incompleto, pois foi impossível a António Afonso recolher alguns dados da Universidade de Coimbra e do Algarve.

O professor rematou a questão afirmando ao jornal “Público” que “o importante é que as instituições percebam, quando olham para o lado, que os recursos escassos estão a ser melhor aplicados por outros”, comparando faculdades idênticas.

David Pinto
Foto: Arquivo JPN