O mau tempo não permitiu que o vaivém norte-americano aterrasse esta madrugada na Flórida, levando a NASA a adiar por um dia a aterragem do Discovery. Esta decisão aumenta o suspense à volta da primeira aterragem de um vaivém depois da desintegração do Columbia em 2003.

A aterragem, inicialmente marcada para as 04h47 (09h47 de Lisboa), já tinha sido adiada uma vez por cerca de uma hora e meia devido ao forte tecto de nuvens que pairava sobre a pista do Centro de Kennedy. Mas a hipótese de a aterragem se concretizar às 06h22 (11h22 em Lisboa) também veio a ser dada como impossível de se concretizar pela agência espacial norte-americana, visto que a visibilidade não melhorou.

Os astronautas tinham ligado os motores da nave e estavam à espera de luz verde da NASA para activar os foguetões de travagem quando os controladores em terra lhes anunciaram o adiamento da aterragem.

A NASA adiou para terça-feira a aterragem do vaivém com quatro possibilidades de aterragem: duas na Florida e duas na Base Aérea Edwards, na Califórnia.

O Discovery, há 12 dias no espaço, realiza a primeira missão de um vaivém espacial desde o Columbia se desintegrou quando regressava à Terra a 1 de Fevereiro de 2003, o que causou a morte aos seus sete tripulantes.

Stephen Robinson efectuou uma reparação no Discovery em órbita, quando se deslocou ao bojo da nave para retirar manualmente dois pedaços de material isolante encravados entre placas cerâmicas. Foi a primeira vez que um homem fez uma reparação em órbita.

A NASA receava que acontecesse o mesmo que ao Columbia. Nessa missão, alguns pedaços da espuma isolante do tanque exterior de combustível soltaram-se durante a descolagem e danificaram as placas térmicas da nave, dando lugar à entrada de gases extremamente quentes durante a reentrada na atmosfera.

Letícia Amorim
c/ Lusa
Foto: NASA