É sob a batuta do maestro Bernard Haitink que a Orquestra de Jovens da União Europeia (OJUE) se despede, hoje, da residência artística na Casa da Música. Haitink vai dirigir a Sétima Sinfonia de Gustav Mahler, na sala 1 da instituição portuense. O concerto tem início às 19h30.

Anthony Whitworth-Jones, director artístico da Casa da Música, antecipa, em comunicado de imprensa, o sucesso do espectáculo: “As suas [de Haitink] direcções das sinfonias de Mahler são sempre eventos de grande excelência musical”.

Natural de Amesterdão, na Holanda, Haitink é frequentemente convidado a dirigir as mais importantes orquestras mundiais. É desde 1995 o principal maestro convidado da Boston Symphony Orchestra, tendo sido recentemente nomeado maestro emérito daquela estrutura, tornando-se assim no único a granjear tal distinção em 123 anos de vida daquela orquestra.

Durante 2004, e para assinalar os seus 75 anos, Haitink dirigiu vários concertos no Barbican Hall, em Londres. Este Verão, o maestro encontra-se em digressão com a OJUE, de que foi director musical entre 1994 e 1999.

Rigor na selecção dos jovens músicos

A OJUE foi fundada em 1978 por Lionel e Joy Bryer, presidente e secretário-geral da Fundação Internacional da Juventude, respectivamente.

A orquestra é composta por 140 jovens dos 25 estados membros da União Europeia. A selecção é anual e faz-se entre mais de quatro mil candidatos com idades compreendidas entre os 14 e 24 anos.

A competição é de tal modo feroz que os próprios membros da orquestra têm de fazer audições anuais, a par dos candidatos, apenas para garantirem os seus lugares na orquestra.

Feito o apuramento, os jovens instrumentistas têm a oportunidade de trabalhar o grande repertório sinfónico com os maiores maestros da actualidade.

Actualmente, dois músicos portugueses integram a OJUE como membros efectivos – o violinista Nuno Meira e o percussionista Bruno Costa. Outros dois – a flautista Adriana Ferreira e o trompetista António Sérgio Pacheco – fazem parte da Escola de Verão da orquestra. Esta escola acolhe sete jovens músicos que não conquistaram lugar como membros efectivos, mas que, pelo talento demonstrado nas audições, adquiriram o direito de ensaiar e tocar com a orquestra durante a residência de Verão.

A OJUE é financiada pela União Europeia no âmbito do programa “Financiamento a organizações que promovem a cultura europeia” e pelos governos dos 25 Estados-membros.

Ana Correia Costa
Foto: Camerata ad Libitum