O novo governo da Alemanha só deverá ser conhecido publicamente na próxima segunda-feira, mas ficará definido já no domingo, durante a segunda cimeira entre os principais dirigentes democratas-cristãos e social-democratas (a primeira aconteceu no passado domingo, dia 2, mas do encontro não se conhecem quaisquer conclusões).

Os observadores políticos apontam Angela Merkel, a candidata democrata-cristã à Chancelaria Federal, como nome mais que provável para chefiar o próximo governo alemão, que deverá ser de coligação. No entanto, a definição desse governo ficará dependente de intensas negociações, que deverão acontecer durante as próximas semanas.

No domingo, o chanceler cessante, Gerhard Schroeder, a candidata da CDU, Angela Merkel, o presidente do SPD, Franz Muentefering, e o presidente da CSU, da Baviera, Edmund Stoiber, vão procurar alcançar um acordo quanto ao novo chanceler. Só assim será possível fazer avançar as negociações formais entre a CDU/CSU (partido democrata-cristão) e o SPD (partido social-democrata de Gerhard Schroeder) para formar um governo de coligação.

Indefinição arrasta-se há quase um mês

O impasse domina a política alemã desde 18 de Setembro, data das eleições legislativas antecipadas.

Apesar da vitória da CDU/CSU de Angela Merkel – ainda que por um escasso número de votos – sobre o SPD, Schroeder insistiu, logo na noite das eleições, em ser chanceler da Alemanha por mais quatro anos.

Esta não aceitação da derrota acabaria por dar origem a uma crise política que só agora parece começar a resolver-se. Aliás, na passada segunda-feira, Schroeder deu sinais de alterar a sua posição, acabando por afirmar que não pretendia ser um entrave à formação de um governo estável.

O presidente do SPD também optou por rever o seu discurso, acabando por admitir a hipótese de Schroeder não ser o próximo chanceler alemão.

Se, como tudo aponta, Angela Merkel for nomeada chanceler, será, em toda a história política alemã, a primeira mulher a ocupar o cargo.

Ana Correia Costa