Está completa a lista de ministros que vão integrar o futuro governo de coligação da Alemanha. Hoje, segunda-feira, a recém nomeada chanceler alemã, Angela Merkel anunciou, em Berlim, os nomes dos ministros democratas-cristãos (CDU/CSU) do próximo governo alemão. Este deverá estar formado após a conclusão das negociações com os representantes dos SPD (partido social-democrata).

Na lista divulgada constam nomes novos e antigos ministros de Helmut Kohl.

Wolfgang Schaeuble, responsável pelas negociações do tratado de reunificação alemã, regressa ao Ministério do Interior, e é um dos nomes com maior peso político.

Schaeuble assumiu a liderança da CDU em 1998, após o abandono de Helmut Kohl aquando da sua derrota nas eleições legislativas. Veio a ser substituído por Merkel em 2000, na sequência do escândalo de financiamento partidário que envolveu os conservadores alemães.

Edmund Stoiber, presidente da CSU – partido conservador da Baviera que concorreu em coligação com a CDU – assume a pasta da Economia. O vice-presidente daquele partido, Horst Seehofer, fica com o ministério da Agricultura e Protecção dos Consumidores. A Defesa fica a cargo de Franz Josef Jung.

Thomas Maizière, próximo de Merkel e actual ministro do Interior da Saxónia, será o ministro da chancelaria (cargo equivalente a chefe de gabinete do chanceler).

Merkel nomeou duas mulheres

Angela Merkel, a primeira chanceler da história da Alemanha, designou duas mulheres para pastas sociais: Ursula von der Leyen assume o Ministério da Família, e Annette Schavan fica com a Educação.

O partido social-democrata divulgou na passada semana os nomes dos ministros do SPD que vão integrar o Executivo liderado por Merkel.

Se as negociações entre as duas forças políticas correrem bem, a coligação CDU/CSU terá sete ministros no Governo de coligação, além da chanceler, enquanto que o SPD fica com oito ministérios.

Orçamento de Estado em discussão

A primeira ronda de negociações terá lugar na sede do SPD, em Berlim, e contará com a presença de 16 representantes de cada um dos partidos da coligação governamental. Um dos temas centrais será o próximo Orçamento de Estado.

A CDU/CSU quer poupanças na ordem dos 25 milhões de euros por ano nos próximos orçamentos de Estado para reduzir o défice orçamental. Nos últimos anos, o défice alemão ficou sempre acima dos 3%, o limite imposto pelo Pacto de Estabilidade da União Europeia.

Já o SPD defende que os cortes orçamentais não devem ultrapassar os 14,5 mil milhões de euros por ano. Contudo, está disposto a discutir um aumento de IVA de 16 para 19%, uma proposta apresentada pelos conservadores e que os sociais-democratas combateram durante a campanha para as legislativas de Setembro.

O Executivo só deverá entrar em funções a partir de meados de Novembro, depois de obter a aprovação do Bundestag (câmara baixa do Parlamento) e da conclusão das negociações sobre o programa do Governo.

Ana Correia Costa
Foto: CDU