O Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) está envolvido em dois projectos europeus que têm como objectivo desenvolver novos lubrificantes biodegradáveis e não tóxicos que substituam os actuais óleos minerais e sintéticos.

O centro de investigação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) participa no EREBIO, em conjunto com a Renault e a Volkswagen, e no BIOMON, com duas pequenas e médias empresas (PME) portuguesas – a A. Brito (engrenagens) e a Ferespe (fundição de ferro e aço).

O coordenador dos projectos no INEGI, Jorge Seabra, destaca o “desempenho superior” alcançado com a utilização dos novos óleos, a somar à redução do impacto ambiental.

O objectivo do projecto é “desenvolver novos lubrificantes biodegradáveis e não tóxicos e, eventualmente, permitir que o lubrificante possa ser enviado para um esgoto público com uma pequena filtragem”.

A substituição dos óleos minerais e sintéticos tradicionais pelos novos lubrificantes implica uma adaptação do material ao novo óleo. “A acção do INEGI esteve na parte de ensaios laboratoriais e de consumos”, explica Jorge Seabra.

Como a vantagem ambiental dos novos óleos “não é suficiente para serem atractivos no mercado”, “é necessário que tenham um desempenho superior”.

Segundo o investigador, os novos produtos permitem “temperaturas de funcionamento mais baixas, menores perdas de potência, longevidade dos materiais e do próprio lubrificante” e “redução do consumo de energia”. Este aumento do desempenho – que se espera que seja significativo – justifica o “custo adicional” dos produtos (duas a quatro vezes mais caros).

O projecto EREBIO iniciou o quarto e último ano, estando 90% do desenvolvimento laboratorial completo. Já o BIOMON está agora a terminar o primeiro ano dos dois anos e meio previstos para o projecto.

Pedro Rios
Foto: SXC