Os indícios sobre o acidente nas obras da auto-estrada de Almuñécar, que custou a vida a seis trabalhadores, cinco deles portugueses, apontam para uma falha técnica e não por falta de medidas de segurança.

O ministro do Trabalho espanhol afirmou que o acidente de segunda-feira deveu-se a “fraqueza dos materiais” e que “aparentemente” as normas de segurança eram cumpridas naquela obra.

O mesmo foi garantido pela empresa responsável pelas obras. A UTE La Herradura afirma, em comunicado, que que as obras contam com um plano de segurança “devidamene aprovado” e que o acidente foi resultado do “enfraquecimento de uma estrutura metálica auxiliar entre os dois pilares do viaduto” que suportavam a placa de 20 toneladas que colapsou.

Ontem à tarde, uma plataforma de cimento com mais de 20 toneladas caiu de uma altura de 80 metros, deixando vários trabalhadores soterrados. Seis pessoas faleceram, cinco eram portuguesas.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, ainda só foram identificadas duas (naturais de Paredes) das cinco vítimas portuguesas do terceiro mais grave acidente de trabalho ocorrido em Espanha. Os restos mortais das vítimas já foram autopsiados e devem ser entregues às famílias amanhã.

Os restantes tralhadores de nacionalidade portuguesa do empreendimento interromperam o trabalho em sinal de luto e temem voltar à obra. Em Espanha, todas as obras pararam entre as 12h00 e as 13h00, como sinal de solidariedade e protesto dos sindicatos pela falta de segurança no trabalho.

David Pinto
Foto: Getty Images