O ministro do Interior francês exigiu hoje, quarta-feira, a expulsão de França dos emigrantes envolvidos nos confrontos que assolam o país nas últimas treze noites. Nicolas Sarkozy falou em 120 emigrantes “nem todos ilegais” que se julga estarem envolvidos nos episódios de violência urbana. Estes últimos receberam ordem de expulsão do país, mesmo aqueles que obteram visto de residência.

O governo francês impôs ontem o estado de emergência, ao abrigo de uma lei de 1955, que permite aos prefeitos, representantes do Estado nos departamentos, impor o recolher obrigatório em zonas sensíveis.

Contudo, apenas Amiens no Norte de França, ordenou o recolher obrigatório. Alguns bairros de Paris, como Savigny-sur-Orge e Le Raincy, assim como a cidade de Orleans, já tinham imposto por conta própria uma hora de recolha para os seus habitantes.

Para além desta medida, o Executivo autorizou a polícia a efectuar buscas a casas sem mandato, assim como dispersar ajuntamentos na praça pública. Os menores estão proibidos de comprar gasolina e não podem sair de casa à noite sem acompanhamento de um adulto.

A oposição já se manifestou contra as imposições do Governo, apelidando-as de “um perigo no que diz respeito à liberdade civil”. No entanto, segundo uma sondagem do “Le Parisien”, três em quatro franceses concordam com as medidas do Executivo.

Confrontos amenizam

Segundo a polícia, os confrontos atenuaram na 13ª noite de violência urbana.

O número de carros incendiados baixou para 617. Foram presas 280 pessoas e verificaram-se incidentes em 116 áreas, menos de metade do que nas noites
anteriores.

O pior caso ocorreu em Lyon, onde toda a frota de transportes públicos foi incendiada. Também há notícia de confrontos entre jovens e a polícia e do incêndio verificado numa redacção de um jornal em Nice.

David Pinto
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