O presidente israelita, Moshe Katzav, anunciou hoje, segunda-feira, que o primeiro-ministro, Ariel Sharon, lhe pediu que dissolva o Parlamento. O pedido de Sharon deverá abrir caminho a eleições antecipadas.
“O primeiro-ministro pediu-me que dissolva o parlamento uma vez que não funciona bem na forma actual”, explicou Katzav aos jornalistas, após estar reunido com Sharon, acrescentando que vai proceder hoje a outras consultas.
Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro cessante refere que Sharon não poderá continuar à frente do governo que formou ao vencer as eleições de Fevereiro de 2003 por falta de maioria absoluta.
“Penso que haverá eleições antecipadas quanto antes, se me parecer que nenhum candidato pode formar governo nas próximas três semanas”, referiu o presidente israelita.
Deputados do Likud garantem formar novo governo
De acordo com a lei eleitoral, Katsav dispõe de 21 dias para consultar representantes da actual legislatura para apurar a possibilidade de algum deles formar um novo governo de coligação. Para tal, necessita de uma maioria simples de 61 dos 120 deputados do Parlamento.
Caso as condições não sejam cumpridas, as eleições deverão celebrar-se no prazo máximo de 90 dias. A data exacta será aprovada pela Comissão Central de Eleições, presidida pela Juiza Dorit Beinich. “Por agora, explorarei nas próximas três semanas a possibilidade de se formar uma nova coligação”, frisou. Deputados do partido Likud, do qual Sharon saiu, garantiram esta manhã que podem consegui-lo.
Sharon sai do partido Likud
O primeiro-ministro cessante anunciou no domingo a decisão de abandonar o partido Likud. Segundo a rádio militar e a televisão pública israelitas, Sharon pretende sair do partido de direita e fundar um novo movimento político ao centro.
O ainda primeiro-ministro quer-se apresentar às eleições antecipadas, que deverão ocorrer em Março, a liderar uma nova força política israelita, na qual espera contar com a presença de vários dos ministros da formação do actual governo, incluindo Shimon Peres, dos trabalhistas. Sharon deseja nas próximas eleições conquistar o centro político e permanecer mais quatro anos no lugar de primeiro-ministro.
