O acesso ao mercado de trabalho será o critério determinante das novas regras que o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior vai anunciar hoje, no Centro Cultural de Belém, para a avaliação das universidades e politécnicos. A avaliação internacional do ensino superior português está prevista desde 1994, mas nunca foi concretizada.

Além disso, Mariano Gago anunciará hoje, segunda-feira, o apoio financeiro às universidades e politécnicos que voluntariamente se submetam a uma avaliação internacional, já que a obrigatoriedade é apenas um projecto de futuro.

A avaliação será feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e estará concluída no próximo ano. Segundo Mariano Gago, em declarações ao “Diário de Notícias” (DN), a melhoria do ensino superior só pode ser conseguida “com um avaliação externa e independente, feita por pessoas com experiência que podem ajudar ao nível do sistema e da sua organização. É o que vai fazer a OCDE”.

Na entrevista ao DN, Mariano Gago não fala em encerramento de instituições, mas avisa que algumas instituições “poderão sim transformar-se radicalmente”. “O mais importante é que o ensino superior português seja qualificado no espaço europeu. Isso tem obviamente impacto sobre a empregabilidade”, afirmou.

Para além da OCDE, também vão participar na avaliação a Associação das Universidades Europeias e a Rede Europeia para a Garantia da Qualidade no Ensino Superior, em coordenação com o Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior (CNAVES), que vai aferir as práticas de garantia da qualidade em Portugal.

Esta avaliação das práticas de acreditação deverá estar concluída em Dezembro de 2006, diz o despacho ministerial, divulgado hoje pela imprensa.

Segundo o documento, o CNAVES deverá também apresentar, “até ao final deste ano”, “uma proposta de trabalho e um calendário para concretizar” a “análise das conclusões e dos relatórios de avaliação feitos até agora no âmbito do sistema nacional de avaliação do ensino superior”.

Pedro Rios
Foto: SXC