O primeiro-ministro anunciou hoje, terça-feira, que o Governo vai “reduzir significativamente o número de projectos operacionais” que usufruem de fundos comunitários. José Sócrates prometeu maior concentração e selectividade na aplicação dos fundos da União Europeia (UE).

Durante o debate mensal na Assembleia da República, subordinado à discussão das perspectivas financeiras da UE acordadas no passado fim-de-semana, o primeiro-ministro definiu como prioridades para a aplicação dos fundos comunitários a qualificação dos portugueses, a promoção da competitividade, a modernização da administração pública e a valorização do território.

Sócrates quer que o Governo aplique de maneira mais concentrada os fundos comunitários, para que o próximo quadro comunitário de financiamento seja feito de mais qualidade e menos quantidade.

O primeiro-ministro deu início ao debate afirmando que o acordo a que se chegou no Conselho Europeu da semana passada é “um excelente resultado”, já que significa um total de 22,5 mil milhões de euros para Portugal entre 2007 e 2013. Sócrates disse também que estas perspectivas financeiras significam uma “oportunidade que não se pode perder”.

O primeiro-ministro garantiu que em Janeiro do próximo ano “o Governo apresentará um programa de acção” para que se volte a discutir o Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa.

Sócrates confiante em acordo na Autoeuropa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de se ter “colocado ao lado da administração” da Autoeuropa no confronto que opôs a direcção da empresa aos trabalhadores da fábrica.

Na resposta, o primeiro-ministro demonstrou-se optimista. “Eu desejo que haja um entendimento entre a administração e os trabalhadores, porque se não houver vai ser negativo para a Autoeuropa, para os trabalhadores e para o país”, disse, sublinhando ter a “a certeza que o bom senso vai imperar” e que se vai chegar a um acordo.

Tiago Dias
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