O combustível derramado pelo navio cargueiro que se encontra encalhado, desde o passado dia 9, perto da costa do Faial, nos Açores, está circunscrito a pequenas manchas numa zona junto da ilha, anunciou hoje, quarta-feira, o Governo Regional.
Uma missão de monitorização da poluição, que recorreu a um helicóptero “PUMA” da Força Aérea para observar o local, assegurou que o combustível derramado pelo “CP Valour” se encontra “confinado a pequenas manchas” numa área compreendida entre a Ponta dos Cedros e a Ponta dos Capelinhos.
As observações efectuadas indicam que a maior mancha de combustível encontra-se junto ao navio que encalhou há mais de duas semanas a norte da ilha do Faial, a cerca de 80 metros da costa.
Na acção de monitorização participaram militares, técnicos da secretaria regional do Ambiente e do Mar e do departamento de Oceonografia e Pescas da Universidade dos Açores, sedeado na ilha do Faial.
Os trabalhos de limpeza da orla costeira decorrem com recurso a meios humanos e técnicos de diversos departamentos do Governo regional e da Marinha.
Desmantelamento vai avançar
Os estragos provocados pela ondulação e o rombo no casco do “CP Valour”, com cerca de 180 metros de comprimento e 18 mil toneladas, não permitem o desencalhe do navio, o que já levou o armador a contactar uma empresa holandesa para o seu desmantelamento. Esta operação deverá prolongar-se durante vários meses.
O porta-contentores, com bandeira das Bermudas, seguia do Canadá para Espanha. Neste momento, e por decisão do armador, já não se encontra ninguém a bordo do cargueiro.
Remoção de carga perigosa atrasou-se
A retirada do combustível e da carga perigosa que ainda se encontra a bordo do “CP Valour” só deverá ser retomada amanhã, quinta-feira, devido a uma avaria eléctrica no helicóptero fretado pelo armador do navio para o efeito.
De acordo com o almirante Rodrigues Cabral, do Comando da Zona Marítima dos Açores, a avaria está, “aparentemente, em vias de resolução”.
O helicóptero “Kamov 32”, que chegou no início da semana à ilha de Santa Maria, irá retirar cerca de 19 toneladas de carga perigosa e ainda alguns contentores vazios, de forma a facilitar a remoção do navio.
As operações de desmantelamento da embarcação só terão início depois desta operação.