São muitos os dossiês para 2006 nas mãos do ministro da Ciência e do Ensino Superior, Mariano Gago.

A prometida revisão do Estatuto da Carreira Docente, a coordenação entre universidades e outros agentes do Plano Tecnológico e a regulamentação do Processo de Bolonha são algumas das prioridades apontadas pelos agentes envolvidos no ensino superior ouvidos pelo JPN.

A percepção de que existe indefinição em torno de Bolonha é generalizada. Por isso, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), Lopes da Silva, considera que 2006 vai “ficar marcado pela implementação do Processo de Bolonha, quer na definição dos dois primeiros ciclos quer na procura de uma mentalidade mais alargada do novo paradigma”.

Cunha e Serra, da Federação Nacional de Professores (FENPROF), recomenda que a aplicação de Bolonha “se faça de forma não burocrática” e sem precipitações.

Já Jorge Carvalhal, da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP), sustenta que o “sistema carece de uma reorganização global”, mas aconselha que não se fique à espera dos resultados da avaliação internacional, cujos resultados surgirão no final do ano.

No lado dos politécnicos, Luciano de Almeida, do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), lamenta que em 2005 os politécnicos não tenham podido começar a conceder doutoramentos, o que, diz, vai contra o que está escrito nos programas do Governo e do PS. Para o novo ano, Luciano de Almeida espera que seja revisto o Estatuto da Carreira Docente, que, na opinião do CCISP, “deve ser único”.

Os dirigentes académicos ouvidos pelo JPN sublinham as vantagens da avaliação internacional pedida pelo Governo.

Pedro Esteves, presidente cessante da Federação Académica do Porto (FAP), diz, contudo, que a Lei de Bases foi uma “revisão cosmética” e espera que o Executivo regulamente Bolonha e o Estatuto da Carreira Docente.

O presidente da Associação Académica de Lisboa (AAL), Ricardo Acto, vai estar atento à “capacidade de mudança das instituições de ensino de forma a adaptarem-se à internacionalização do ensino”.

Pedro Rios
c/ Ana Correia Costa
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