O vice-secretário-geral do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão confirmou hoje, terça-feira, que o país reactivou o programa de enriquecimento de urânio em pequena escala, confirmando o que tinha sido anunciado ontem.

“Respeitando a ratificação parlamentar, o presidente ordenou o recomeço dos trabalhos”, disse. As actividades nesta área em Natanz tinham sido suspensas para facilitar o diálogo com a União Europeia (UE).

Vaidi considera “inaceitável” parar “as investigações”, como pretender os Estados Unidos e a UE, já que “a própria substancia do programa nuclear consiste no enriquecimento” [de urânio].

Na associação islâmica de estudantes de Teerão, Vaidi afirmou ainda que Teerão adiou o encontro com a Rússia (agendado para quinta-feira) para 20 de Fevereiro. A reunião tem como objectivo discutir a proposta de Moscovo para enriquecer urânio em solo russo.

Irão disposto a negociar

O Irão está disponível para “negociações com toda a gente, incluindo os europeus, os países não alinhados, a China, a Rússia e outros”, revelou o responsável. “Queremos chegar a uma fórmula através da interacção e da compreensão”, disse. “Apelamos ao Ocidente para que não nos crie problemas porque nós não queremos causá-los a eles”.

Estados Unidos e UE suspeitam das intenções do programa nuclear iraniano. Segundo Teerão, o enriquecimento de urânio será utilizado para gerar electricidade, um fim pacífico permitido pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear, mas a comunidade internacional suspeita que o país árabe queira, veladamente, construir armas nucleares.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deve decidir no início de Março se recomenda ou não o envolvimento do Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta questão.

O vice-secretário-geral do Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano considera “inaceitável” parar as pesquisas sobre o enriquecimento de urânio, seja qual for a decisão da AIEA. “O Irão não vai comprometer a sua independência e segurança nacional”, garantiu.

JPN
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