No dia em que professores e educadores do primeiro ciclo iniciam uma greve de uma semana às actividades não lectivas, o primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou que também o ensino secundário terá aulas de substituição, já no próximo ano lectivo. O objectivo é “combater o insucesso escolar”, afirmou Sócrates, citado pela agência Lusa, numa visita à escola básica do 2º e 3º ciclos de Alapraia, Estoril.

“Muitas escolas secundárias já aplicavam este regime, mas ele não era obrigatório e vai passar a ser já no próximo ano lectivo, por solicitação dos pais, das escolas e dos alunos”, explicou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

Sócrates escolheu dedicar o dia que assinala um ano sobre as eleições legislativas à educação, uma área que considera “absolutamente fundamental e crítica para o desenvolvimento do país”. “Não há melhor forma de comemorar este ano do que falar de educação”, disse.

Até sexta-feira, os professores do primeiro ciclo fazem greve às actividades não lectivas, por considerarem que a decisão do Governo representa uma sobrecarga de trabalho para os docentes. O Ministério da Educação (ME), através de um despacho publicado em Agosto do ano passado, tornou obrigatórias no ensino básico as actividades destinadas a ocupar os alunos em caso de falta de um professor, como as aulas de substituição, os clubes temáticos e o estudo apoiado.

Críticas aos sindicatos

O primeiro-ministro criticou a postura dos sindicatos nesta matéria. “A greve é um direito que não está em causa, mas esta não tem razão de ser. Lamento que os sindicatos se coloquem na posição conservadora de quem não quer mudar nada”, afirmou.

A escola visitada pelo primeiro-ministro é uma “escola-modelo”, que aplicou todas as orientações do ME: funciona com horário alargado até às 17h30, tem clubes temáticos para ocupação dos tempos livres dos alunos e oferece laboratórios de Matemática e aulas especiais de Língua Portuguesa para alunos estrangeiros.

Quase metade dos estabelecimentos de ensino não funcionam com horário alargado, mas Sócrates garantiu que “o exemplo desta escola é mais seguido do que se pensa”.

JPN
Foto: SXC