Na primeira noite “oficial” do Fantasporto, o Rivoli encheu. “Coisa Ruim” foi o ponto alto da noite de sexta-feira.

Com a responsabilidade de ser o primeiro filme português a abrir um Fantasporto, o filme de Tiago Guedes e Frederico Serra não desapontou a numerosa plateia. De uma competência técnica assinalável, o filme da dupla de “Alta Fidelidade” é acima de tudo uma grande história (da autoria de Rodrigo Guedes Carvalho), bem assente nas lendas, tradições e folclore português.

Adriano Luz lidera o elenco na pele do patriarca de uma família urbana que se vê desenraizada quando se muda para uma aldeia perdida na imensidão de uma qualquer serra do interior de Portugal. Manuela Couto, João Pedro Vaz, Elisa Lisboa, Filipe Duarte e José Pinto completam o elenco principal.

A anteceder “Coisa Ruim” foi exibido “História Trágica com Final Feliz”. A segunda curta-metragem de animação de Regina Pessoa é uma história simples e directa de uma menina que queria ser um pássaro.

No discurso de abertura, Beatriz Pacheco Pereira realçou a evolução do festival e o seu alargamento a novas cinematografias e a novos géneros, bem como a maior presença portuguesa no Fantasporto. Para a directora de programação do festival, “não se pode tratar o cinema português de maneira diferente”.

Mas nem tudo foram rosas. Depois de “Coisa Ruim” foi exibido “Sigaw” de Yem Laranas. Oriundo das Filipinas, este foi seguramente um dos piores filmes do festival com uma história que já foi contada até à exaustão e com uma montagem, efeitos especiais e edição sonora absolutamente deploráveis. O público que se deslocou em força ao teatro Rivoli merecia certamente melhor.

Para os resistentes a noite fechou com “La Monja”, filme de terror espanhol escrito por Jaime Balagueró (cujo filme “Fragile” vai encerrar o festival) e realizado por Luis de La Madrid.

Léccio Rocha
Foto: “Coisa Ruim”/DR