Pela segunda vez este ano, a Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) partiu para uma acção de protesto. Convocada pela Associação Sindical dos Funcionários Judiciais (ASFIC), a greve contou, pelas contas da associação, com uma adesão de quase 100%.

Em declarações ao JPN, o secretário nacional da ASFIC, Carlos Garcia, confirmou os dados divulgados pelo organismo que dirige, sublinhando que “no Departamento Central da Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica apenas está a trabalhar uma pessoa”.

Carlos Garcia pede ao Governo que “cumpra os acordos estabelecidos com o sindicato”. O responsável não tem dúvidas em considerar que a razão está do lado dos funcionários da PJ, já que, diz, “existem documentos assinados e que confirmam as negociações realizadas com o Governo, nomeadamente, no que toca ao estatuto de aposentação, à regulamentação do trabalho na PJ ou à questão dos Serviços Sociais”.

“Os funcionários querem, sobretudo, perceber qual é o projecto do Governo para a PJ”, sublinha.

Carlos Garcia aproveitou ainda para esclarecer a questão do aumento dos salários. O secretário nacional da ASFIC esclarece que a luta travada pelos trabalhadores da PJ não se prende com esse tema, admitindo que “os funcionários pretendem apenas que lhes sejam pagas as horas extraordinárias e que representam 70% do trabalho destes elementos da Polícia Judiciária”.

O dirigente da ASFIC adianta que não espera qualquer reacção do Ministério da Justiça. Por isso, concluídas as greves sectoriais agendadas para as próximas semanas, os trabalhadores da PJ podem partir para formas de luta mais radicais. E, neste cenário, Carlos Garcia aponta mesmo para a possibilidade de uma greve geral.

O JPN contactou o Ministério da Justiça, que preferiu não comentar a acção de protesto levada a cabo pelos funcionários da DCICCEF, nem os números avançados pela ASFIC.

Ivo Adão