O director nacional da Polícia Judiciária (PJ) desmente a notícia do “Diário de Notícias” (DN), publicada hoje, sexta-feira. O jornal citava um despacho interno da PJ que aponta o combate ao terrorismo como o principal objectivo para este ano.

O diário titulava assim que o combate à criminalidade económica deixou de ser uma das prioridades para a PJ em 2006. No despacho, assinado pelo director nacional da PJ, Santos Cabral, o combate ao terrorismo está consagrado em dois dos cinco objectivos da instituição para 2006.

Em declarações ao “Fórum” da TSF, Santos Cabral afirmou que o despacho “serviu para definir as prioridades de gestão da casa e não as prioridades de investigação”.

Também o ministro da Justiça, Alberto Costa, reagiu à notícia, reafirmando o compromisso do Governo no combate ao crime económico. Para o Governo, o combate à corrupção continua a ser uma prioridade, garantiu o ministro.

Contactada pelo JPN, a direcção da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (ASFIC) concorda com a visão de Santos Cabral.

O vice-presidente da ASFIC, Carlos Garcia, afirma que “esta não é uma saída das prioridades de uma das áreas de maior sucesso na actividade da PJ, antes um potenciar daquilo que estava menos bem na investigação da instituição”. O responsável acredita que o teor do despacho foi mal interpretado pelo DN.

O dirigente sindical acredita que “a investigação dos crimes económicos não vai ser prejudicada com este despacho”, servindo a atenção dada ao terrorismo como “uma medida preventiva” na actividade da PJ.

Carlos Garcia afirma que desconhece qualquer caso de descontentamento interno na Polícia Judiciária, que o DN diz existir, mas acredita que essas situações possam acontecer devido a uma “má explicação do teor do despacho”.

Para além do combate ao terrorismo, no despacho citado pelo DN surgem como principais objectivos para a PJ, em 2006, uma melhoria dos sistemas de comunicação entre as várias polícias e uma maior destreza no sistema de informação da instituição.

Ricardo Bastos