O balanço [PDF] de contas de 2005 da Sonae SGPS apresentado quinta-feira, no Porto, aponta para um aumento dos lucros na ordem dos 18%, o que permite a distribuição de um dividendo de 2,5 cêntimos por acção.

Na análise dos números, Belmiro de Azevedo afirma estar “confiante quanto ao bom desempenho futuro dos negócios estratégicos da empresa”, enquanto que aguarda “confiante e com serenidade, o resultado da OPA sobre a PT”, não excluindo “uma permanente atenção às oportunidades de novos negócios”.

No que respeita ao volume de negócios consolidados da Sonae SGPS totalizou no ano passado quase 6,4 mil milhões de euros, perfazendo um crescimento de 4% em relação ao mesmo número de meses do ano anterior.

Os resultados não são directamente comparáveis, já que o balanço só contempla nove meses de 2005 contra os 11 meses contabilizados de 2004. O volume total de negócios regista assim um decréscimo de 1% em relação aos 6.464 milhões de euros, devido principalmente à quebra no sector madeireiro e das operações no Brasil no negócio da distribuição.

O investimento bruto do ano passado, por seu turno, ascendeu a 880 milhões de euros, 90% dos quais relativos a investimentos nas áreas da distribuição, de centros comerciais. Esta última área perfez 300 milhões de euros de investimento através da abertura de dois centros em Portugal (um na Espanha e outro na Grécia), para além da aquisição de um em Itália e outro na Alemanha.

Belmiro de Azevedo referiu que esta actividade grangeou à Sonae Imobiliária, agora denominada Sonae Sierra, o estatuto de melhor entidade empresarial europeia de 2005 no âmbito do negócio dos centros comerciais.

Distribuição com o crescimento maior

O negócio das telecomunicações, a cargo da SonaeCom, também contribuiu para o aumento do investimento bruto através de investimentos no alargamento das redes 3G em Portugal, e no desenvolvimento da oferta de “Triple Play”, que conjugará os acessos à Internet, telecomunicações e televisão num único suporte.

O sector que registou um crescimento mais significativo foi o da distribuição, que beneficiou de um incremento de 285 milhões de euros, a par da Sonae Capital e Holding, que cresceu 102 milhões.

Em contrapartida, o decréscimo mais relevante deu-se no sector das telecomunicações, essencialmente justificado pela diminuição das receitas de operadores na Optimus, assim como pela quebra nas vendas de produtos associados ao jornal “Público”.

O endividamento líquido consolidado da Sonae SGPS, SA sofreu um ligeiro decréscimo em 2005, o que a par da valorização das acções da empresa na bolsa na ordem dos 51% (contra o crescimento de apenas 13% do índice PSI-20) no mesmo ano, constitui uma clara valorização e recrudescimento da confiança do grupo empresarial.

Texto e foto: André Sá