A criminalidade diminuiu cerca de 6,2% no ano passado, em Portugal, mas o número de crimes contra a GNR e PSP subiu 10%, segundo dados do Ministério da Administração Interna, citados hoje, terça-feira, pelo “Diário de Notícias” (DN).

A GNR contabilizou 194 mil ocorrências enquanto a PSP registou 190 mil. Em média houve mais de mil crimes diários em todo o país.

A criminalidade violenta baixou cerca de 7% nas áreas abrangidas pela GNR, sobretudo fora das localidades, enquanto que nas áreas urbanas, a cargo da PSP, a descida foi na ordem dos 2%.

Embora o ritmo da criminalidade tenha abrandado, as fontes contactadas pelo DN sublinham que os crimes do ano passado têm características mais violentas, pelo uso mais frequente de armas de fogo que provocam um maior número de vítimas por crime. Os dados revelam também uma cada vez maior percentagem de crimes perpetrados por menores de idade.

Segundo o tenente-coronel Albano Pereira, da Chefia de Investigação Criminal da GNR, citado pelo DN, “o acesso às armas é mais fácil e, por vezes, o uso é um mero exercício de força e de poder. Além disso, a globalização também facilita a importação de fenómenos criminais”. Um reflexo de isto mesmo é comprovável pela subida do roubo com armas de fogo, que representou 17% da criminalidade global, sendo que 58% foram praticados na região de Lisboa.

Não obstante o aumento dos crimes violentos, a descida da criminalidade global é explicada por Albano Pereira pelo “aumento da capacidade de resposta das forças policiais, que se tornam um obstáculo”.

Os dados do ano passado deverão fazer parte do relatório nacional de segurança interna.

André Sá
Foto: Pedro Rios/Arquivo JPN