Os estudantes da Universidade de Coimbra (UC) assinalaram o Dia do Estudante para protestar contra o estado do ensino superior português. A acção começou pela ontem à noite, com uma vigília à porta da Assembleia da República, e continuou em Coimbra já nas instalações da Universidade, hoje de madrugada.

A reitoria da UC impediu que os estudantes encerrassem a porta férrea das instalações, utilizando cadeados para manter as portas abertas. Ainda assim, os estudantes manifestaram-se junto à entrada da universidade, lutando contra a aplicação da Declaração de Bolonha e contra o pagamento de propinas.

Em declarações ao JPN, o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), Fernando Gonçalves, critica a atitude da reitoria da Universidade de Coimbra, aludindo à forma como encarou este protesto. “A atitude desta reitoria é, a todos os níveis, inqualificável, regozijando-se com as trapaças políticas que elabora para levar por diante os seus objectivos”, refere o presidente da AAC.

“Aproveitamos para assinalar o dia do estudante e evocar as lutas da década de 60. Consideramos que não existe uma boa estratégia por parte do Governo e das instituições do ensino superior português”, afirma o presidente da AAC.

A aplicação do processo de Bolonha é uma das causas deste protesto. Para Fernando Gonçalves, Bolonha é “inevitável mas “a sua aplicação está a ser feita de uma forma verdadeiramente vergonhosa”.

Os estudantes de Coimbra prometem continuar a protestar contra o actual estado do ensino superior português. O presidente da AAC afirma não saber se o protesto vai continuar com “grandes manifestações ou pequenas iniciativas”, mas garante que “a luta é o caminho”.

Ricardo Bastos
Foto: Arquivo JPN