Terá lugar nos próximos dias 30 de Março e 1 de Abril, na Escola das Artes da Universidade Católica, no Porto, a terceira edição do festival audiovisual “Black and White”, dedicado ao som, vídeo e fotografia a preto e branco.

O festival possui uma temática inédita a nível mundial e a competição tem vindo a progredir tanto em termos de países participantes, número de trabalhos concorrentes e qualidade das obras submetidas.

Os prémios a atribuir estão divididos pelas categorias de Áudio, Vídeo e Fotografia e vão contemplar os melhores nas áreas do vídeo de ficção, documentário, vídeo de animação e experimental, assim como os melhores registos áudio de ficção, reportagem e áudio experimental.

Como se ouve a preto e branco? Os trabalhos áudio em competição tiveram de incluir uma breve sinopse temática que contextualizasse o registo sonoro, como “Código de Barras”, por exemplo, uma montagem sonora a partir dos ruídos emitidos pelas máquinas registadoras dos supermercados.

No total irão ser entregues 11 prémios, nos quais se inclui a estreia do prémio IPJ, que seleccionará o melhor trabalho português do festival em qualquer dos suportes. Serão também entregues os prémios do público referentes ao vídeo e ao áudio. Uma câmara de alta definição e uma mesa de mistura profissional são os galardões correspondentes.

Ao todo, vão estar em competição 31 filmes de 17 países, entre nove trabalhos de ficção, cinco animações, seis documentários e 11 vídeos experimentais.
No âmbito sonoro participarão 14 registos de áudio. Observa-se também um crescimento ao nível da participação fotográfica: 17 fotógrafos irão concorrer com um total de 90 trabalhos em exposição.

O júri é composto por cinco especialistas nacionais e internacionais em todas as áreas da competição. Bregoña Rivas, fotojornalista conceituada do periódico “El Mundo” e Jacques Mitsch, realizador francês em ascensão unem-se aos portugueses João Paulo Baltazar, jornalista da TSF e Carlos Caíres, artista digital docente na Universidade Católica. O mais mediático dos membros do júri será Mário Augusto, jornalista e crítico de cinema da SIC.

Ano dedicado ao “podcasting”

A par da competição audiovisual, o Festival Black and White deste ano tem também agendado o primeiro encontro de “podcasters” em Portugal. O “podcasting” está em actual expansão mundial e consiste na disponibilização de programas radiofónicos na Internet, para posterior audição em leitores.

O “podcasting” é encarado por alguns como o futuro da rádio, sendo que a organização prevê a sua generalização em Portugal para o próximo ano. O festival reúne os seis principais “podcasters” portugueses do momento, num debate moderado pelo jornalista da TSF, João Paulo Menezes.

Também em simultâneo com o festival, vão decorrer uma série de tertúlias radiofónicas diárias, uma espécie de encontro de jornalistas para a discussão do futuro da rádio em Portugal e no mundo, moderadas por João Paulo Baltazar.

O festival, que vai na sua terceira edição, vai apresentar cerca de 150 obras de artistas relativamente anónimos, já que é esse o objectivo e filosofia do certame, divulgar e apoiar jovens artistas de todas as áreas num espírito de antecipação de novas tendências tecnológicas, do “podcasting” ao “videocasting”.

As informações referentes ao programa de eventos, competições, festas e obras em competição, estão disponíveis em www.artes.ucp.pt/b&w.

André Sá
Foto: DR