Silvio Berlusconi ou Romano Prodi? Um deles pode ser o próximo primeiro-ministro de Itália. Estudantes italianos descontentes com campanha.

Hoje, domingo, e amanhã os italianos escolhem o seu próximo primeiro-ministro. Segundo as últimas sondagens, o líder da coligação centro-esquerda, Romano Prodi, leva uma vantagem de 3,5% a 5% nas intenções de voto sobre o actual primeiro-ministro, Sílvio Berlusconi. Mas a larga franja de indecisos (cerca de 25%) faz com que os resultados das eleições, que começam já neste domingo, estejam dependentes dos seus votos.

Depois de uma campanha eleitoral recheada de insultos verbais entre os dois principais candidatos e de ataques na comunicação social, as opiniões dos eleitores dividem-se.

O JPN foi tentar saber algumas dessas opiniões de quem está a viver, de perto, este ambiente eleitoral. Como acompanharam a campanha eleitoral, quem acham que vai ganhar e o que pode mudar depois das eleições foram algumas das perguntas que o JPN fez a jovens estudantes italianos.

Alessio Lauria, 24 anos, estudante de Ciências da Comunicação, considera que esta campanha eleitoral foi “demasiado televisiva”, porque se debruçou mais nas personalidades dos candidatos do que nos seus programas políticos.

O estudante gostava de ver uma vitória da coligação União, de Romano Prodi, mas crê que o vencedor será a coligação Casa das Liberdades, de Berlusconi. “Não acredito que Berlusconi perca, apesar dos votos dos indecisos”, diz.

Alessio crê que uma possível vitória da esquerda “pararia a subida de um homem que está a enriquecer às custas dos italianos” e tornaria o “sector da comunicação mais democrático”. O estudante considera “ridículos” os anos de governação do ainda primeiro-ministro, pois criou “leis e leis para defender os seus interesses”.

Carlotta De Zio, 23 anos, estudante de Ciências Agrárias, não gostou de seguir a campanha eleitoral, porque houve “demasiado espectáculo”, mas acha que qualquer alternativa a Berlusconi “é melhor”.

“Gostava de dizer que vai ganhar o Prodi, mas ainda falta decidir muita coisa e as intenções de voto dos italianos mudam facilmente”, explica. Carlotta acredita que serão os indecisos a fazer a diferença nos resultados finais, pois, diz, “os dois lados parecem estar 50% por 50%”. A governação de Berlusconi foi “desastrosa”, diz.

Marta Peradotto, 22 anos, frequenta o curso de Professores de Ensino Básico, em Itália, e também acompanhou de perto a campanha. “Esta campanha eleitoral é o exemplo de como não há liberdade em Itália e de como os políticos aproveitam os meios de comunicação para fazerem publicidade a si próprios e falsas promessas só com o único objectivo de chegar ao poder e não com a intenção de ajudar as pessoas”, acusa.

Quanto aos dois principais candidatos, revela que os italianos “começam a duvidar de Berlusconi, porque sabem que é corrupto, mas ninguém confia no Prodi, porque, para já, tem o mesmo discurso”.

Marta está “pessimista” com estas eleições. “Para mim, quem ganha são os políticos e quem perde é o povo”, defende. Relativamente à era Berlusconi, revela que “o lado político em Itália nunca foi bom, mas com Berlusconi piorou muito”.

Ana Sofia Coelho