O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou segunda-feira um relatório onde expressa uma posição divergente do Banco Central Europeu (BCE) sobre as taxas de juro. No relatório, em que manifesta preocupações sobre a economia mundial, o FMI aponta que o aumento das taxas de juro, e consequências como a diminuição da procura, podem representar um risco para a economia mundial.

A verificar-se, a subida das taxas de juro pode, de acordo com o FMI, contribuir para aumentar ainda mais as dívidas das famílias. O que pode, por conseguinte, comprometer a “qualidade do crédito no mercado imobiliário” e vir a representar “perdas nas instituições financeiras”.

O FMI alerta ainda para a existência de riscos incertos como uma epidemia de gripe aviária, ou mesmo uma guerra, ou quebra na oferta do petróleo, que podem gerar uma “distribuição irracional dos activos”.

Os países emergentes tembém são alvo de preocupação para o Fundo, uma vez que podem levar a um aumento muito rápido da oferta.

BCE pondera inflacção

O aumento das taxas de juro pelo BCE não deixa, contudo, de ser uma hipótese. Klaus Liebscher, membro do conselho de governadores da BCE, em entrevista à Bloomberg, diz que o aumento das taxas de juro é uma tentativa para controlar a inflacção e para melhorar as perspectivas de crescimento económico na zona euro.

No entanto, o BCE receia que a inflacção dispare e que, por isso, os trabalhadores reclamem aumentos.

Rita Pinheiro Braga
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