Os alunos, professores e funcionários da Escola EB2/3 do Cerco, no Porto, cumpriram hoje, quinta-feira, às 13h00, um minuto de silêncio contra a violência nas escolas portuguesas.

A iniciativa surgiu na sequência de uma agressão de um aluno a uma professora, dentro da sala de aula, há cerca de um mês. Os docentes da escola quiseram assim lançar uma mensagem à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) e ao Governo para alterar o sistema de ensino da escola e melhorar as condições dos alunos.

Isabel Araújo, representante de professores, alunos e funcionários, falou aos jornalistas sobre a negligência do sistema de ensino português em relação a crianças de risco. “Não há escolas iguais, logo não podem ser tratadas todas de forma igual. O Estado tem de assumir a responsabilidade”, afirmou.

A porta-voz da escola deixou também algumas das exigências dos professores para a melhoria das condições na escola: reduzir o número de alunos por turma e criar acompanhamento especial para crianças problemáticas, tais como assistentes sociais nas salas de aula. “Não podemos ficar de braços cruzados. A escola deve proporcionar o crescimento dos alunos de forma saudável”, concluiu.

Pais prometem fechar a escola a cadeado

Os pais dos alunos da Escola do Cerco também se mostraram preocupados com o desenrolar da situação. Revoltados com a direcção do estabelecimento de ensino pelo facto do aluno agressor só ter sido suspenso por um mês, os encarregados de educação temem pela segurança dos filhos.

O presidente da Associação de Pais, José Barbosa, exigiu a transferência de escola daquele aluno e de outros que provocam distúrbios. O representante dos encarregados de educação deu testemunho de outros casos de violência e roubos. “É preciso sensibilizar a comunidade escolar para pôr cobro a esta situação”, afirmou.

À saída da escola, outros encarregados de educação, impedidos de entrar no estabelecimento de ensino, também revelaram o seu descontentamento e prometem, se o aluno agressor regressar amanhã às aulas, fechar a escola a cadeado e proibir a entrada dos filhos no estabelecimento de ensino.

Texto e foto: David Pinto