O director do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior (CIPES), Alberto Amaral, considera que a abertura do cargo de reitor (das universidades) e de presidente (dos politécnicos) a pessoal não docente “não tem problema nenhum”, mas deve ser feita “com cautela”.

O investigador pensa que a proposta do PSD para o ensino superior tem dois aspectos positivos: permite às universidades a elaboração dos estatutos com maior liberdade e aumenta a autonomia das instituições do ensino superior.

No estudo que fez em co-autoria com o investigador António Magalhães (“Changing Values and Norms in the Concepts of Governance in the Portuguese Higher Education”), Alberto Amaral defende que há uma mudança na forma como a governação das instituições de ensino superior é vista no seio do mundo académico.

Os investigadores recolheram opiniões de antigos ministros da educação, reitores, presidentes, administradores de universidades e politécnicos, académicos, estudantes e outros agentes do sector.

O modelo actual baseado num colégio eleitoral de poucos representantes é defendido sobretudo pelos reitores das universidades e presidentes dos politécnicos. Por outro lado, há quem defenda uma gestão mais profissional. Já os estudantes olham para as mudanças de forma mais reticente, porque temem perder representatividade na estratégia institucional.

Carina Branco
Foto: SXC