O recurso a células estaminais para investigação científica tem sido rodeado de polémicas deontológicas que dificultaram a sua implementação e generalização. Entre atritos morais e religiosos, o estudo das células tem sido ainda assim sucessivamente aprovado por vários governos europeus e pelo norte-americano, não sem severas limitações em todos os casos, mas com uma relativa abertura à comunidade científica em detrimento da religiosa.

Tem-se verificado também em Portugal um crescente interesse pelas potencialidades das células embrionárias, que se multiplicam a um ritmo acelerado e têm a capacidade de mimetizar quaisquer células e tecidos do organismo.

Nos últimos dois anos mais de mil casais portugueses optaram por congelar células estaminais provenientes do cordão umbilical dos filhos, na esperança de que possam ser curados de eventuais doenças degenerativas e terminais como o cancro ou o Alzheimer.

O funcionamento e potencial destas células foram recentemente objecto de um filme de 15 minutos promovido pela União Europeia, a partir de um programa de investigação, o EuroStemCell, financiado por fundos comunitários.

“A Stem Cell Story” foi produzido em colaboração com cineastas escoceses. Venceu, na semana passada, o principal prémio do festival de obras mediáticas científicas de Tromsø, na Noruega.

A animação feita à mão pelo realizador Cameron Duguid terá satisfeito os critérios de clareza e rigor científico exigidos pelo júri internacional, que o distinguiu entre uma forte concorrência de empresas televisivas europeias.

O filme, cujo “trailer” pode ser consultado em http://www.momedia.co.uk/ESC/EuroStemCell.htm, tem recebido críticas muito favoráveis tanto de professores como de organizações de serviços de saúde, servindo de base para aulas e discussões sobre células estaminais.

André Sá
Foto: DR