Em 150 fotografias, o italiano Gabriele Basílico fixou exemplos de intervenções arquitectónicas portuguesas para reflectir sobre a forma como Portugal pensa e projecta as mudanças nas cidades. Porto, Montemor-o-Velho, Idanha-a-Velha, Évora e Lisboa foram as urbes fotografadas por Basílico na mostra “Desenhos nas Cidades”, um “roteiro” da arquitectura nacional para ver na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) até 7 de Julho.

Esta “selecção não representa Portugal”, “mas é uma selecção de arquitectura portuguesa vista por um grande fotógrafo”, afirmou ontem, segunda-feira, o comissário Álvaro Siza Vieira, na inauguração da exposição, co-organizada pela FAUP e pela Ordem dos Arquitectos.

A mostra foi preparada para a Bienal de São Paulo, Brasil, de 2003, passou por Itália (Milão, em 2004, e Nápoles, este ano) e tem agora no Porto a sua última exibição pública. Fica até 7 de Julho na FAUP, das 9h30 às 19h30.

Para Siza, o olhar do fotógrafo, por natureza um “grande especialista do ver”, permitiu um “registo do que globalmente se passa no território”. “A arquitectura não é coisa isolada” do contexto em que se insere, disse o arquitecto. O facto de Gabriele Basílico ser estrangeiro tem uma particularidade interessante para Siza: “muitas vezes alguém exterior vê com uma agudeza que quem está no hábito não tem”.

Além das fotografias expostas, há ainda desenhos técnicos e maquetes, uma componente assumidamente mais hermética mas que remete para a idealização do projecto, necessariamente diferente do resultado final.

Texto e foto: Pedro Rios
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