Peter Tscherkassky é um dos cineastas e teóricos mais importantes no cinema de vanguarda austríaco. Corta e cola. Nada se perde, tudo se transforma. Películas dos irmãos Lumière, “home movies”, melodramas e filmes de terror são a matéria-prima para os filmes de Tscherkassky, nos limites da experimentação e do abstraccionismo.

Sendo um dos convidados em destaque no 14º Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, com uma instalação inédita na galeria Solar, o realizador austríaco é hoje homenageado com a projecção de oito curtas-metragens.

“Freeze Frame”, “Kelimba”, “Happy-End”, “Shot-Countershot “, “Manufraktur”, “Get Ready”, “Instruction for a Light a Sound Machine” e o já ontem projectado “Outer Space” (na foto), serão os filmes exibidos, a partir das 23h.

Entre imagens congeladas, alternância entre universos reconhecíveis e outros abstractos, os “frames” sobrepoem-se, riscam-se e arriscam-se, anulam-se e criam novas imagens. Uma reciclagem de filmes da história do cinema, para o reinventar e homenagear. Um método que se poderá ficar a conhecer na “masterclass” que orientará quinta-feira, 13 de Julho.

Apichatpong Weerasethakul, outro dos cineastas em foco este ano e também com uma instalação inédita na galeria Solar, vai apresentar cinco curtas (a partir das 18h), assinadas por alguns dos mais jovens nomes do cinema tailandês. Com um olhar orientado para a história, a tradição, a cultura tailandeses e a Tailândia actual, esta geração de realizadores foge a um agressivo sistema de estúdio daquele país, que investe milhões em filmes em declínio.

“Unseen Cinema” em Vila do Conde

Esquecidos ou desconhecidos, nunca antes exibidos em Portugal. Trata-se de uma colecção de filmes da última década do século XIX e primeira metade do século XX. A retrospectiva “Unseen Cinema“, comissariada pelo historiador e realizador americano Bruce Posner, é o pretexto para os filmes-concerto desta edição. Posner dá hoje uma “masterclass”, onde falará sobre os filmes que não conseguiram (ou vão agora conseguir) um lugar na história do cinema.

Entretanto, continua a competição internacional, dividida em três sessões. 13 filmes entram em cena, incluindo obras de três presenças habituais no festival: a dupla alemã Cristoph Girardet-Mathias Müller, com “Kristall”, e a belga Manon de Boer, com “Resonating Surfaces”.

Carina Branco