O Ministério Público (MP) britânico anunciou hoje, segunda-feira, que não vai acusar nenhum agente da polícia pela morte de Jean Charles de Menezes. O brasileiro foi morto na estação de metro de Stockwell, em Londres, a 22 de Julho de 2005, depois de a polícia o ter confundido com um terrorista.

Em comunicado, o MP afirma que “não há provas suficientes para se poder considerar que seria possível condenar individualmente qualquer oficial da polícia”.

A polícia metropolitana vai, no entanto, ser acusada colectivamente por presumível violação da Lei de Saúde e Segurança no Trabalho, que responsabiliza as forças policiais pela protecção dos cidadãos.

A família do brasileiro considera a decisão “inacreditável” e, segundo o jornal “The Independent”, a família prepara acções legais contra a Polícia Metropolitana.

No documento do MP pode também ler-se que “os dois agentes que dispararam os tiros fizeram-no porque pensaram que Menezes tinha sido identificado como uma bombista suicida e que, se não o matassem, ele faria explodir o metro, matando muitas pessoas”.

A decisão vai contra as alegadas recomendações da comissão independente da polícia, que terá sugerido que fossem feitas três acusações de homicídio involuntário.

Carina Branco
Foto: DR