Os primeiros cinco anos do acordo entre Portugal e a Universidade de Carnegie Mellon (CMU) vão custar 56 milhões de euros, repartidos em partes iguais pela instituição norte-americana e pelas entidades portuguesas envolvidas. O valor é inferior ao que foi contratualizado com o MIT (65 milhões de euros), o primeiro dos três acordos com instituições internacionais de ensino e investigação fixados no Plano Tecnológico.

Da colaboração entre o Governo e a universidade de Pittsburgh, que será firmada sexta-feira, em Aveiro, nascerá o Information and Communication Technologies Institute (ICTI), um centro de investigação e de formação virtual com dois pólos (um em Portugal e outro na CMU) centrado nas tecnologias da informação e comunicação, as áreas-chave do acordo.

O ICTI será lançado de “imediato”, refere o relatório produzido após a avaliação que a universidade fez em Portugal de Março a Setembro deste ano.

O programa CMU-Portugal envolve 11 universidades, um instituto politécnico (o do Porto) e quatro laboratórios associados. Até ao final de Janeiro de 2007, serão confirmadas pela CMU as instituições portuguesas envolvidas no lançamento dos diferentes programas de cooperação.

Quatro áreas de desenvolvimento

O objectivo é criar programas de educação e investigação “de primeira qualidade” em Portugal em quatro grandes áreas: redes e processamento de informação, infra-estruturas críticas e gestão do risco, ciências básicas e tecnologia, inovação e políticas públicas.

Na área de redes e processamento de informação, estarão presentes as universidades de Lisboa, Coimbra, Nova e Técnica de Lisboa, Porto, Aveiro, Algare, Beira Interior e outras entidades.

Nas infra-estruturas críticas e gestão do risco, estarão as universidades do Porto, Técnica de Lisboa e o Instituto Politécnico do Porto. Lisboa, Nova e Técnica de Lisboa formam o trio que vai liderar a área de ciências básicas, enquanto na tecnologia, inovação e políticas públicas esse papel caberá à Católica, Técnica de Lisboa e Minho.

“Promover em Portugal uma nova geração de empresas de base tecnológica” é outra das metas do programa.

Programas de formação avançada

Estão previstas três programas anuais de formação avançada, certificadas pela CMU e pela instituição portuguesa em questão. Ao todo, são 180 diplomas de especialização (“professional masters”) e 80 novos doutoramentos.

O “CMU-Portugal” promoverá ainda a visita e colocação de estudantes portugueses na universidade norte-americana e o convite de professores de mérito internacional e investigadores em pós-doutoramento para trabalhar em Portugal.

Do trabalho de avaliação, a CMU concluiu ainda que a aproximação do tecido económico e social às instituições de ensino e investigação deverá ser potenciada através de programas de afiliação empresarial e institucional. PT, CTT e Siemens são algumas das empresas já envolvidas neste esforço.

A CMU é considerada uma das melhores escolas do mundo em áreas como os sistemas de informação, informática, engenharia de computadores e electrotecnia.

Pedro Rios
prr @ icicom.up.pt
Foto: SXC