O Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI) e o Centro de Engenharia Biológica e Química do Instituto Superior Técnico (IST) de Lisboa desenvolveram uma forma mais eficaz de purificar plasmídeos, uma técnica essencial à terapia génica e às vacinas de ADN.

Os plasmídeos (na foto) são pequenos círculos de ADN existentes em bactérias. O seu interesse para a comunidade científica está na sua utilização enquanto “veículos de transmissão de determinada informação genética” que vai tratar ou prevenir patologias como a fibrose quística e outras doenças de foro genético, explica ao JPN o coordenador do projecto, João Queirós.

Para serem administrados nos seres humanos, os plasmídeos têm que ser purificados de todos os contaminantes. Se os resultados dos ensaios clínicos que a comunidade científica mundial está a desenvolver forem positivos, o método da UBI e do IST poderá ser usado em vacinas e em terapia génica.

Fruto de uma parceria com cerca de 10 anos, os investigadores chegaram a um “método inovador”, patenteado no final de Janeiro nos Estados Unidos. “Já havia várias formas de purificar plasmídeos, mas não tão eficientes. Esta tem um rendimento superior a 80% e permite remover todos os contaminantes”.

“No dia em que se passar à prática temos aqui uma boa solução”, assegura João Queirós, que é também presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI.

“Estamos em algumas conversas para tentar pôr [a ideia] no mercado”, revela. A ideia será utilizada no concurso de empreendedorismo de base tecnológica da universidade, que arranca esta quinta-feira.

Pedro Rios
prr @ icicom.up.pt
Foto: DR