O empate a uma bola consentido no Estádio do Dragão, quarta-feira à noite, deixa o FC Porto mais longe dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Para mudar o rumo da eliminatória, os azuis e brancos têm que, pelo menos, empatar em Londres por mais de um golo.

Com Quaresma de regresso à equipa, Jesualdo Ferreira fez regressar o “seu” 4-3-3. Do outro lado, José Mourinho colocou Diarra a defesa-direito com o objectivo óbvio de não dar o mínimo de espaço ao número sete portista.

Numa noite fria na cidade do Porto, o jogo foi intenso na primeira parte, ainda que escasso em oportunidades de golo. Coisa que não parecia vir a acontecer quando, ao aproveitar um mau alívio de Makelele, Raul Meireles, de fora da área, rematou, colocado e com força, para o fundo da baliza de Petr Chech.

As 50.216 pessoas presentes no Dragão vibraram com o tento do médio português, mas não por muito tempo. Logo a seguir, um lançamento longo de Essien chega a Robben que isola Shevchenko sobre a esquerda, com o ucraniano a bater Helton.

Depois de ter marcado o golo que deu a vitória ao Milan sobre os portistas na Supertaça Europeia em 2003, “Sheva” voltou a “tramar” o Dragão.

Com a vantagem desfeita em pouco tempo, os portistas tentaram correr atrás do prejuízo. O problema é que faltou sempre alguma velocidade e alguém que desequilibrasse no meio-campo, porque, nas alas, Bosingwa e Fucile não conseguiam chegar à frente.

Com mais posse de bola, o Chelsea nunca pareceu querer mandar verdadeiramente na partida. Shevchenko, o melhor dos “blues”, e Robben eram os homens mais perigosos, já que Drogba foi “secado” por Pepe.

A melhor ocasião de golo pertenceu aos portistas por intermédio de Quaresma que atirou a bola aos ferros da baliza londrina.

Segunda parte sem golos

Na segunda parte, o jogo caiu em qualidade, muito por culpa do Chelsea que, à boa imagem de Mourinho, se tornou uma equipa fria, calculista, à espera do erro do adversário.

Não houve erros do lado portista, mas houve uma notória perda de frescura física. As entradas de Cech e Bruno Moraes para os lugares de Meireles e Fucile não surtiram os efeitos desejados por Jesualdo Ferreira.

Com mais um homem na frente, o FC Porto começou a perder o meio-campo e o Chelsea foi chegando timidamente à baliza de Helton. E foi nessa altura que Drogba ainda fez beijar a bola no poste do titular do número um portista.

Foi, no entanto, o FC Porto a criar a última oportunidade do jogo quando Lisandro chegou tarde a um cruzamento de Cech.

A segunda parte da única partida dos quartos-de-final da “Champions” entre equipas campeãs dos seus países está marcada para 6 de Março.

Barcelona surpreendido em Nou Camp

O segundo dia da jornada europeia foi claramente favorável às equipas que jogaram fora. A grande surpresa da jornada europeia aconteceu em Camp Nou, onde o golo de Deco não evitou a derrota do Barcelona frente ao Liverpool por 1-2.

Nos outros dois jogos, o Inter empatou a dois em casa frente ao Valência e a Roma também não foi além de uma igualdade a zero com o Lyon.

João Queiroz
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Foto: FC Porto