Depois de algum tempo sem protestos contra as alterações na rede da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), o Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (MUT-AMP) agendou para esta semana duas acções de luta contra as mudanças implementadas a 1 de Janeiro.
Para terça-feira, às 17h30, o MUT-AMP apelou à concentração dos portuenses na Avenida dos Aliados, onde será depositado um ramo de flores como protesto pelo transtorno causado aos utentes.
Na quinta-feira, o movimento organiza uma acção de rua junto ao Teatro Rivoli para sensibilizar as entidades responsáveis para os problemas que os cidadãos deficientes têm de contornar para se deslocarem, que, diz o MUT-AMP, foram agudizados com as alterações feitas pela STCP.
A nova rede levou ao “aumento de circulação de autocarros articulados, mais antigos, que ainda possuem degraus à entrada”, já que as rampas à porta dos autocarros só foram introduzidas há relativamente pouco tempo, exemplifica o coordenador do MUT, Norberto Alves.
“Arrogância” do poder político
A “extinção dos transbordos e o regresso das ligações directas” voltam a estar no centro dos protestos. A reestruturação da STCP, ao acabar com algumas ligações directas, “obriga os utentes a utilizar dois ou três autocarros para efectuar percursos que, anteriormente, só exigiam um veículo”. Por outro lado, os transbordos causam frequentemente atrasos aos utilizadores.
Norberto Alves aponta outras queixas dos utentes: o facto de a STCP não ter avisado atempadamente os clientes do serviço de transportes, o que se reflectiu em alguma desorientação, bem como “a deslocação de algum mobiliário urbano, que fez com que muitas paragens ficassem em locais sujeitos a condições meteorológicas adversas”.
O MUT-AMP acusa as entidades políticas de “arrogância” e de falta de diálogo com as populações. Argumenta ainda que cabia ao poder político pressionar a entrada em funções da Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto antes da implementação da nova rede da STCP.