O presidente russo, Vladimir Putin, visita esta terça-feira o Papa Bento XVI. O encontro servirá, nas palavras do representante do Patriarcado de Moscovo e bispo de Viena, Hilarion, à agência Interfax, para reforçar a cooperação entre as Igrejas Ortodoxa e Católica pela defesa da moralidade e dos valores espirituais.

Para o bispo será “um encontro entre dois cristãos que carregam o peso e a responsabilidade de vidas alheias”. A visita levará a mudanças positivas nas relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, acrescentou.

O Vaticano e a Federação Russa partilham muitos pontos em comum sobre problemas que afectam a humanidade, pelo que o encontro será muito enriquecedor, salienta o Padre Kovalevsky, secretário-geral da Conferência Episcopal Católica russa.

A visita poderá também contribuir para a discussão de alguns dos actuais problemas que a Igreja enfrenta, como o proselitismo.

“Um diálogo de civilizações que aborde temas como os valores universais e a igualdade no mundo” é o desejo do Padre Igor Vyzhanov, secretário para as relações inter-cristãs do Patriarcado de Moscovo.

No entanto, o sacerdote frisa que se trata de um encontro entre representantes de Estado e não entre confissões. “Parece-me que cada um deve actuar dentro de sua área: a Igreja manter um diálogo com outras Igrejas, e o Estado com outros Estados”.

Vladimir Putin já se deslocou ao Vaticano por duas vezes. Em 2000 e 2003 o presidente russo reuniu-se com João Paulo II. Mas ao contrário dos seus antecessores, Mikhail Gorbachov e Boris Yelstin, não convidou o Papa para visitar a capital russa.

Após a visita ao Vaticano, Putin irá deslocar-se à cidade de Bari, onde pedirá à autarquia local, em nome do Patriarcado Ortodoxo Russo, que entregue em propriedade a igreja russa da cidade, dedicada a São Nicolas. Bari é uma referência para os ortodoxos russos.